Sem mim não há Borboleta, sou a Lagarta.

UM ESPAÇO PARA DEIXAR-SE IR, SEM VOLTAR. A TUA BAGAGEM É O TEU CORAÇÃO.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

melamado

Vai, atinges cores sutis
Acerca-te de almas faltantes
Que eu monça-veilha, me derreto
Não é o mar que me encontra, posto que derreto em grãos e sou feita de sal
Eu é que na verdeidade, o encontro, secretamente
No espelho da noite, quando deitares
Ansiócio por mais despejos e tamanha explodiação
a água que sereina teus penslamentos
vai me recorrer em hora-ação
te escuto tão bem e nada me falas
que ainda atestando minha loucura é que
me guias ao caminho do encontro de fados
te desconheço e já tudo me/te dei
mentendendo, mentregando, mescutando
melameando, entre meandros, TU, um malandro...
tens fé na sorte e eu em deus(e)s
melamor, melamado,
melindros à meia-noite
mas são meio-dia!
olhai o céu, que azul que está
Tu não me vês
tal qual estrelas só se vêem à noite
Descalibido melnino
Caosoube perfeitamente em meu coração
gigantes como teus pésamentos de poetator
Te povôo, sem prévisão

 Dika Bear

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Enfarto verborrágico

Minha magnitude se amplia à medida que crescem meus cabelos
Força virginiana, mulher terrena, feito óleo de prata
Se esvaindo da terra, tal o leite que jorra e em forma feminina se congela
O nome do amor surgiu do céu de estrelas numa noite sem lua
Ele era santo e culto
Como o primeiro, possuía ingênuo coração dilacerado por mulheres desvaginadas
Como o segundo, lia muito sobre o mundo e mudava muito tudo o que lia
Ofegante escrevia por minhas mãos aquilo que não sabia dizer
Eu te capito, mi amore
Capito tua insensatez e tua sobrevivência
Cá estou eu, também, tentando libertar-me do anzol
Feito uma peixa, me debatendo, me surrando, minha boca sangra a cada palavra pronunciada e Que não me pertence
Eu quero ir pro carnaval de Recife e dançar frevo feito uma insana
Depois pisar águas mansas e dizer que meu nome é Brasil
Mas meu patriotismo se perdeu nas mãos do mar
Minha visão foi embora há muito tempo e meu corpo navega impaciente
O que me prende neste sal é a possibilidade de te conhecer
Mas é grande o mar, o mar de prata tempestivo nos arrasta rumo a nós mesmos
Estaremos perto de uma mesma ilha deserta?
Ou serei eu tua ilha, ilha que sou, BrasILHA, seca, sedenta, venha me regar nas águas de março...
Desertora do que me tornou sã, mãe ou vilã
Em tantos corações que despedaço sem dó
Meu mel é mais vital porque se aloja no céu de minha boca
Eu atraio, traio, trabalho contra a maré
Todos os dias, sereia doce, santa fé
Me prorrogo por mais instantes, adiando ou antecipando tua vinda
Dormindo, dormindo estás, se existir tamanha loucura em me escutar
Te sugo o sangue inteiro para dentro do meu peito
Não te preocupes que sou doadora do mesmo jeito 
E serás farto em água e vermelho
Quando eu me entregar, que suportes um vulcão ou furacão
Recorrente, inconstante, mas constante no amor...
É preciso ter pau e fome
Mas tua alma feminina é  que dará nome
Ao encontro sincrônico libertador!
Eis-me tua e desconhecida...

domingo, 21 de novembro de 2010

DA FRENTE PARA TRÁS


UMA MULHER MAIS VELHA, 35 ANOS, APARENTANDO 50, ENTRA FUMANDO, COM OLHEIRAS, MAQUIAGEM BORRADA E UM COPO DE WHISKY...

- Esse é o momento que vocês esperam que eu comece a desabafar.... sobre homens, claro! Grandes filhos da puuuuta, grandes panacas, otários, por quem fui abandonada....

SOLTA UMA RISADA ESTRIDENTE E CRESCENTE.

- Essa é boa!!!!

CONTINUA A RIR, ATÉ COMEÇAR A CHORAR...
LIMPA AS LÁGRIMAS E CONTINUA...

- Você se lembra daquela casa onde a gente ia quando éramos meninas, a casa do tio Estácio, a gente chamava de pérola do sul? Lembra como você pegava as roupas da mulher dele, uma negra bunduda e dizia que noutra vida tinha sido uma sereia? Lembra??? A cor do seu batom não aparece mais... já faz um tempo... (toma um gole) Hum, essa semana uma pesquisa da revista REvendo comprovou que o sal faz mais mal a peles de pouca melanina... Esses dias eu notei manchas na minha língua... acho que sei por que foi...

PEGA UM PANHO AZUL  RASGADO.

-Numa meditação, o professor de yoga falou pra gente pegar um objeto desestressante e utiliza-lo em algumas posturas, eu nem te conto que ate pênis de cristal tinha né... pelo menos este deve vir energizado.... bom, eu levei o resto da camisa do rubens. O resto que tinha aqui comigo, desde que a mãe dele implantou uma maquina de costura na minha mesa de jantar... comecei a pensar no rubens de forma que eu pudesse esquecer todo rancor, toda mágoa, e pensava... rubeeens..... não há nada mais entre nós.... nossa historia esta azul azul feito este pano... cor do céu.... mas no meio da meditação, minha filha, o professor falou tanto poe pra fora poe pra fora que eu comecei a gritar ruben rubens daqui a pouco tava latindo feito uma pit bull e rasguei o pano sozinha com meus dentes... so-zi-nha! Acredita??? Meus próprios dentes... realmente a marca daquele creme dental me fez muito melhor, vc tava certa!

-eu vou te confessar amiga,... eu era apaixonada por vc. Quantos eu deixei por sua causa, hein? Quantos... pra vc fuderrr com a gente e casar com aquele imbecil....! Te contei que eu o matei? Hum, gente covarde morre é de susto, mandei so uma carta ameaçando e o idiota já morre de infarto... realmente, olha, vc tinha talento pros piores, Cristina, você... OUVE UM BIP DE MENSAGEM.

APARENTA ALEGRIA, SEDUÇÃO, MENSAGEM MUITO ESPERADA. MURCHA DE REPENTE.

- eu sempre esperei essa mensagem. Sempre... mas agora não tem a menor graça.
JOGA O CELULAR, DESDENHOSA.

-quando eu conheci o rubens, vc já era mãe... eu não tive vc então esperei 20 anos pra transar com seu filho. Ricardo... nome comunsinho, né, amiga, mas vc fez direitinho.... que homem, que fogooo, so pode ter puxado a mãe. Eu nunca soube de ricardo depois do seu velório... você quer que eu ligue pra ele? Sim, né... eu, ah meu deus, onde botei o celular...? que péssima amiga eu sou... Eu vou ligar só que eu não sei se ele... bem, sabe, se ele já melhorou mesmo depois daquela tentativa... e que vc me culpou.... eu juro que não queria que ele se apaixonasse tanto... o seu menino... (chora) Mas eu o iniciei, foi comigo, Cris, vc devia me agradecer! Eu tornei seu filho um homem!

PEGA UMA ALMOFADA, RETIRA UM DOS SEIOS E COMEÇA A AMAMENTAR A ALMOFADA....

-Como deve ser a sensação de leite jorrando daqui hein Cris? Uma vez eu tava num encontro de mulheres insanas.... e vi uma delas amamentar os peixes assim numa cachoeira toda nua, claro, parecia uma deusa... fiquei pensando na proliferação dos peixes ali com aquele leite que caía jorrando... era tanto leite que a água ficava ate branca.... nunca desejei tanto ser mãe como naquele dia.

COMEÇA A SE ARRUMAR, RETIRA AS OLHEIRAS, FALSAS GORDURAS, FALSOS CABELOS BRANCOS, FALSAS UNHAS POSTIÇAS, FALSO BATOM BORRADO, FALSO COLAR DE PÉROLAS, FALSAS MARCAS DE IDADE.
DANÇA ELETROTANGO E CAI DE JOELHOS...

-avemariacheiadegracasenhoréconvoscobendita... bendita...??? esqueci! (risos) esqueci, então não tenho culpa, passei a fazer parte dos escolhidos de deus para serem perdoados por sua ignoraaancia... e na minha falta de sensatez vou sair mais uma vez com renato. Volto, durmo 4hs, depois de uma noite quentíssima, vou trabalhar 8h, atendo o rubens, sairemos para jantar e teclarei até tarde com meu espanhol milhonario que esta vindo ao brasil, ops, essa semana! Tenho que agendar hotel longe da rodoviária porque o rubens trabalha lá..., ah, não mas o renato vai estar de folga, preciso inventar uma viagem... so que o rubens mandou fazer uma festa de noivado, não, então cancelo a vinda do carlos e peço a ele uma passagem pra espanha, digo que estarei em negócios aos dois daqui e lá... bem... lá o árabe Nusim tem casa, quem sabe eu o conheça... ele disse que me daria uma ilha...., rsrs, mas o que que eu ia fazer so com ele numa ilha??? Por incrível que pareça se eu tivesse que ir pra uma ilha so com um.... seria o rubens.

-Ru-bens, eu não sei dançar... eu...(simulando um beijo romântico, levanta um dos pés do chão) Eu amava demais aquele cara, por isso o traía tanto!
Mas com vc era diferente, Cris, com vc, ele jamais se importaria... ele sempre falava que se vc fosse homem, ele me entregaria para vc de mão bejada... ele sabia da minha paixão. Vc também sabia. Vc era esguia e forte. Me pergunto porque deixou-se ser abatida, surrada... vc era tão inteligente... e vc pensa que eu não sinto dor até hoje? Eu não sei se o que me dói mais é a mão suja do defundo cardíaco ou a sua burrice de ter morrido... burra, nossa, como eu te xinguei no caixão... ate esqueci que vc queria morrer cremada... depois eu tentei botar fogo na sua tumba mas esse clima seco, acabei matando o verde do cemitério... ta tudo cinza, cris, tudo cinza... não fosse a psiquiatra comprovar minha loucura eu estaria presa por causa das pitucas de cigarro...

-Eu não me culpo das minhas ações... acho que sou pura... muito... tipo pura cachaça que desço até rasgando minha própria garganta... o fundo do copo é raso. (olha o copo) Sou muito mais profunda que isso! Homens de pinto pequeno nunca deram certo comigo... acho que sou tão vaginada que talvez so um filho preenchesse... ou o pênis de cristal, ne? Rsrs, essa é boa... e dizem que ainda dá pra botar no microondas que fica quentinho...

- Cris, vc vem me ver qualquer dia?

RETIRA OS FALSOS BOJOS DE SOUTIEN. O FALSO VESTIDO ENCORPADO. OS FALSOS BRINCOS DE PÉROLA. OS FALSOS SAPATOS DE SALTO. AS FALSAS LIGAS DE CABELO...

BRINCA NO ESPELHO.

- eiiiii, você ta aii, vc ta aiiii, sua mãe deixou? Vem quero te mostrar uma coisa... vemmm.

CONTINUA...

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Cartas Faladas 2

Oi, companheira de madrugada... Pois é, olhos viscerais, cansados, no entanto insistem em me conduzir palavras adentro... O fato é: Não sei o que fazer! Estou desesperada por estar calma, meu corpo reage timidamente a todas as mudanças que o universo exige e meus pensamentos perplexos se afugentam quando me olho no espelho. O fato é: mulher-espelho, eis teu papel em minha peça! Nem comigo passo a suportar as ousadas empreitadas em que me enfio, roubando corações ou destinos impróprios, Nem sei por qual tamanho percorrerei quedas, ou se relampejo inultimente em dias de verão, (afinal, noites quentes são realmente desnudas!). Sou toda vácuo nas incertezas das horas seguintes quanto cheia, na imensidão do céu nublado que por detrás a lua plena se esconde...
Amiga,
falaria pouco se meus pensamentos deixassem, mas meu horóscopo acerta: Mercúrio realmente se comunica incessantemente com meu Sol. Vamos escrever um livro? Um livro que jamais fosse publicado com obras plagiadas de todos aqueles que amamos: Marta Vargas, Eliane Farias... rsrs
Eu acho que Almodovar se encantaria com nosotras ou morreria de tédio.
Acho que mais dificil do que pertencer a um ou outro é pertencer a si mesma e suas próprias escolhas. Porque no fundo temos a escolha... Porque, no fundo, sempre a tivemos e dói saber disso.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Ciúmes solitários na madrugada

Ontem, dirigindo pela madrugada, senti ciúmes. Muito ciúmes. A medida que meu carro acelerava, meu coração vacilava. Quero tudo para mim! Sim, as ruas, os postes, com seus cachorros, calçadas... Estaria desafiando Deus? Seria tudo Dele? Não me senti mal... ao contrário. Senti ciúmes de todos os casais que poderiam estar se amando entre aquelas janelas... Ciúmes das histórias que eu jamais iria ouvir ou conhecer, ciúmes das ruas que não poderei andar e também das que trilharei, não sem volta, um dia. Ciúmes do Monumento iluminando a cidade, ciúmes dos pensamentos que eu não podia ouvir ao meu redor. Com uma fome de abraçar tudo aquilo, senti-me limitada por estes braços e corpo nem frágil nem forte, meu apenas. Senti-me atrevida por tais pensamentos e, ao mesmo tempo, infantil. Senti-me no cio como se tivera quatro patas e senti-me na Igreja de meu interior, ao lado de Jesus, de quem também senti ciúmes na Cruz (teria ele morrido por MIM também?). Os goles de cachaça que jamais tomei, as risadas ao longe se misturando com as risadas do passado... do que seriam? As nuvens no céu, por que se aproximavam (falavam comigo as nuvens ou ignoravam minha vontade de continuar a ver estrelas?)? Os andares, as luzes, a vida acontecendo, um bebê nascendo ali, tão perto e eu sem poder ver nada, nem saber seu nome. Parecia ouvir apenas o estouro da pipoca no microondas, vendo Deus sentado lá do alto, nos assistindo de camarote... e Senti ciúmes por isso. Mas então me lembrei do roteiro, da protagonista, ops, eu, pelo menos enquanto pensar meus pensamentos, e dos offs. A vida como um filme sem edições e nem sempre maquiada. A vida e tudo o que se contém nela, pura e cristalina até na sua dor e devaneios. Eu, com ciúmes dos olhares perdidos naquele instante, mas ciente de estar sendo vista naquele exato momento.

artista Rose Greavette

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

CAZUZA, um idiota?

eu responderia a psicóloga que escreveu o texto mais abaixo o seguinte:


Concordo com sua preocupação em manter nossas crianças distantes dessa realidade de drogas e erros, mas perceba você que é também fato que nossos filhos têm suas escolhas e preocupar-se demasiado ao ponto de julgar desmerecedoras as qualidades do poeta e cantor Cazuza, cujo exemplo peca pelo excesso de humanidade (todos temos erros e acertos, dentre os erros aprender com sua morte precoce e entre os acertos prestigiar sua alma vibrante e atenta ao mundo de forma artística e encantadora), creio, isso é ser demasiado protetora e apegada, ou seja, contradiz a própria autora do texto a si mesma, ao dizer que falar Não seja um ato de amor quando critica de forma preconceituosa - com o pretexto de defender sua cria sem dar a chance que ela, uma vez adolescente, não precise se privar de verdades deste mundo já que estas lhe poderão ensinar o devido caráter - a divulgação da vida de um grande e errante, sim, mas grande artista. Cazuza, um idiota morto? Bem, prefiro perder meu tempo falando sobre os idiotas vivos, e tão mais idiotas, por afetarem de forma grosseira sob pretexto da "MORAL E BONS COSTUMES" nossas crianças com educações baseadas na cultura do Medo. Exemplos? Basta conversar com psicólogos que TRATAM DE CRIANÇAS, OU MÃES dos colégios mais caros de Brasília. VAMOS FALAR DOS VERDADEIROS IDIOTAS!

Clarissa Vargas
jornalista e mãe

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Cazuza, um idiota morto.
GENTE!
Esse cidadão dizia: "todos os meus heróis morreram de overdose". E era aplaudido.

Esta mensagem precisa ser retransmitida para todas as FAMÍLIAS!

Uma psicóloga que escreveu, corajosamente algumas verdades.


Uma psicóloga que assistiu ao filme escreveu o seguinte texto:

'Fui ver o filme Cazuza há alguns dias e me deparei com uma coisa estarrecedora.. As pessoas estão cultivando ídolos errados..

Como podemos cultivar um ídolo como Cazuza?
Concordo que suas letras são muito tocantes, mas reverenciar um marginal como ele, é, no mínimo, inadmissível.

Marginal, sim, pois Cazuza foi uma pessoa que viveu à margem da sociedade, pelo menos uma sociedade que tentamos construir (ao menos eu) com conceitos de certo e errado.

No filme, vi um rapaz mimado, filhinho de papai que nunca precisou trabalhar para conseguir nada, já tinha tudo nas mãos. A mãe vivia para satisfazer as suas vontades e loucuras. O pai preferiu se afastar das suas responsabilidades e deixou a vida correr solta.

São esses pais que devemos ter como exemplo?

Cazuza só começou a gravar porque o pai era diretor de uma grande gravadora..

Existem vários talentos que não são revelados por falta de oportunidade ou por não terem algum conhecido importante.

Cazuza era um traficante, como sua mãe revela no livro, admitiu que ele trouxe drogas da Inglaterra, um verdadeiro criminoso. Concordo com o juiz Siro Darlan quando ele diz que a única diferença entre Cazuza e Fernandinho Beira-Mar é que um nasceu na zona sul e outro não.

Fiquei horrorizada com o culto que fizeram a esse rapaz, principalmente por minha filha adolescente ter visto o filme. Precisei conversar muito para que ela não começasse a pensar que usar drogas, participar de bacanais, beber até cair e outras coisas, fossem certas, já que foi isso que o filme mostrou.

Por que não são feitos filmes de pessoas realmente importantes que tenham algo de bom para essa juventude já tão transviada? Será que ser correto não dá Ibope, não rende bilheteria?

Como ensina o comercial da Fiat, precisamos rever nossos conceitos, só assim teremos um mundo melhor.

Devo lembrar aos pais que a morte de Cazuza foi consequência da educação errônea a que foi submetido. Será que Cazuza teria morrido do mesmo jeito se tivesse tido pais que dissessem NÃO quando necessário?

Lembrem-se, dizer NÃO é a prova mais difícil de amor .

Não deixem seus filhos à revelia para que não precisem se arrepender mais tarde. A principal função dos pais é educar.. Não se preocupem em ser 'amigo' de seus filhos..

Eduque-os e mais tarde eles verão que você foi à pessoa que mais os amou e foi, é, e sempre será, o seu melhor amigo, pois amigo não diz SIM sempre.'

Karla Christine

Psicóloga Clínica


Leu ?


Concorda com a psicóloga?

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Cartas que Voltaram 2

Oi,

Sim, este é um adeus.

Com gratidão até mesmo pela maldade escondida na espreita,

Hoje, reconheço que corri atrás de ti como a melhor amiga eloquente porém desvaiarada,

Mas era a mim que buscava.

E só foi possível me acertar depois de errar contigo. Será possível estar em dois lugares ao mesmo tempo? Dentro e fora? A Amiga era o espelho.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

receita da vovó 1

“Quando eu sentia dor na infância, minha avó costumava dizer que ‘eram os meus ossos crescendo’; pois, crescer dói. E é assim com a alma.”

Caio fabio

Aquele negócio

Eu...quero. Quero! Não quero? Sim, claro, claro que siiiim! Mais que tudo. Que tudo? Quê tudo? Não, não... tudo e mais. Tudo e mais isso. Isso! Ahh, imaginou? Complicou, agora, né. É muita coisa. Não vai dar. Não, não mesmo. Que pessimismo barato? Ou seria realismo puro? Hum, dentro de mim há duas tão distintas que se conversam até quando se calam. Não sei andar porque cada uma puxa as suas rédeas e me vejo aberta, expandida, exterrrrnamenteee conduzida a nada. Nada, lugar nenhum. Fico parada. De tanto querer. Eu paro, sinto o movimento da terra que comigo anda. Sim, ela pulsa, mesmo parada. Essa sou eu. Mas o que era mesmo que eu falava? Sim, aquele negócio. Aquele tantim de poesia diária, estou seca, dai-me. Ahhhh, matou. Mais ou menos. Um tantim é pouco, mas se virar de uma vez me afogo. D e u s !!! Condenada estou, então, a ser uma eterna sedenta a parir motivações advindas do âmago vazio de mim que insiste em sobreviver de alimento umbilical interespaçoso, (pergunta. pergunta?) Meu corpo é meu limite mais denso, porque se pudesse explodiria juntando ar e vento num abrangente correr pelo mundo, mundos, sonhos, até mergulhar a boca d'alma no chão de terra profundo. Aquele negócio... como é o nome? Milho, Milho pipocante dentro dos meus órgãos aquecidos pelo rei solar, queimando por dentro em bolinhas brancas saltitantes estacionando seu fim em minha saliva gosto de mar... Eu que escrevo tolices espertas, banhada de estrelas e noites descobertas, eu que rimo sem rumo, crua me visto de letras berrantes, que me ocultam serestas gafanhotescas numa caverna onde a libélula acendeu sua chama... Não pararei até que me freiem os ossos, dedos mãos, aquele negócio que tirintitila e pirililampa nos oásis sem vestígios... eu ainda durmo.



quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Cartas Faladas 1

Oi querida Amiga,

Sei que tu sabes que escrevo para ti
Pensei, e entrastes por aquela porta
Mas a distância entre nossas cadeiras de trabalho são enormes quando paredes ousam escutar
Sem tempo para comer com pausas, ou beijos açucarados, te confesso: às vezes, nessa correria, é preciso chorar entre os carros!
Ao som da música que nos persegue na rádio Nova BrasilFM (ou seria Velha Brasil? rsrs não importa, adoro!)
Entre o Sol descongelante da manhã que nos arranca do travesseiro que conosco cochichou até a Lua sumir...
Vamos conduzindo nossos automóveis entre lados opostos da cidade
Com missões distintas e histórias de amor mais distintas ainda,
Mas não se pode medir tais assuntos, certo?
Em cada brilho nos teus olhos ou anseio de tuas palavras compartilho minha própria alma
E por isso me tocas sempre, seja com teu sorriso ou lágrimas que te pegam desprevenida
Mulheres bonitas são sempre inseguras? A maioria, mas tu eres exceção.
E o saber nem sempre nos liberta, posto que a ignorância muitas vezes nos cega dos perigos
Sabemos que quem enxerga demais paga um preço...

Mas ei-lo a buscar, mesmo assim, esse saber
Para atravessar pontes ciente de minhas próprias pernas
Como tu que ousas dançar o passo desritmado de ti mesma...

Querida amiga,
Meu intuito era acalentar-te
Mas eres sábia demais para que me permitas somente um afago e não tudo o que também sinto!
Sinto, compartilho, te entendo,
Estranhamente!
Tendo vivido e atravessado outros vales e noites escuras, mas te entendo,
Por isso é belo ver-te pular até o outro lado e te encontrar para um chá, ainda que azedo (eu já teria atravessado, ou melhor me arrastado até o outro lado e agora, me soltando das cordas daquela ponte)
Riremos das metades compartilhadas com a certeza de estarmos ainda cientes de que apesar da certeza de morrer ser a mais exata
O que se encontra do outro lado é mistério
E por isso hesitamos
Só que essa senhora que dorme em nossos velados sótãos junto ao antigo anterior a qualquer passado
Quer sentar-se a sala de estar conosco, e adoçar nossos xícaras,...
(a porta range)
Abrimo-la?






terça-feira, 20 de julho de 2010

uma daquelas cenas que a gente ousa sentir...

http://www.youtube.com/watch?v=vPP639ivAQs&feature=related

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Cartas que Voltaram 1

Oi, meu amor... pra você escreverei palavras que serão lidas no silêncio. Pra você escreverei a poesia que poucos ousam enxergar nas rosas... O discreto que está no toque de Deus às coisas, o aroma das nuvens, mesmo quando é noitinha, a choverem... Estas palavras chegarão a ti, como num sopro clamado por minhas amigas borboletas... Como no leve bater dos ventos em teu rosto, cansado ou marcado por algumas tristezas, ou mesmo pela minha ausência.

Escrevo porque só me resta esta função. Escrevo porque subiria aos céus se possível para interromper cruéis destinos ou recriar outros ou simplesmente harmonizar este mundo-cão! Escrevo porque a escrita é meu escudo, nela me recomponho e me refaço. Escrevo, mesmo sem rumo, diante de todo o meu cansaço...

Por que a simplicidade não responde aos assuntos que nossa face não esconde?
Por que deveras mentir quando soubestes correr apaixonadamente em busca? Por que na rosa de amor na cor, aprecias os espinhos sem perceber no caule de seu caminho as pétalas macias ainda por se abrirem?
Eu, que disposta a abrir mão de meu “tudo” para findar-me com a escuridão de um novo começo ao lado teu... Tu que afastastes quase que surdo-mudo pelos lábios e olhos meus, a chance de ver crescer este rubro botão. Ah, triste niño... abandonastes, sinceramente, o meu coração? Ou o que pedes, incessante, aos olhares divinos de teu próprio espelho este retido e ansioso perdão? Escalas montes de pedras ou te recais junto a elas numa caverna sem saída? Escolhes tu justificares a partida? Mas, como? Se mal iniciastes a guerra em minha cia? Sim. Perdes mais. Perdes a chance de colher estrelas ao meu lado que navego em caudas de sereais. Perdes o relógio da reviravolta esperada por tua paz inocente. Perdes a vontade de transferir o vazio em que se encontra para o negrume vasto dos meus olhos...!

Ó, amor,... serão mesmo as mulheres mais sábias? Bruxas que somos... bem possível... Já pressentimos o chamado do tempo, desde longas datas em nossas visões. A história que bordei com teu nome, ainda invisível na areia, alma andante, terá ela se desfeito nas ondas sem se despedir? ou terá sido rasa realidade iniciada?

Sr.Saturno... benze-me com tuas mãos protetoras e não me concedas tempo de longa espera, para tua filha que é feita de Vôos e temperos...Dona de um destino que bem tu o quiserdes prover, peço-te, rei-relógio, entrega-me ao Vento, que eu Irei!!!

Seis de Espadas

Um Barco segue em nova direção. O Barco passou pela provação. E é pelo fim que desagua no começo. O que se viveu já não o pertence mais. Novas terras já se consegue tê-las à vista, e nos sugerem cada vez mais partidas, prosSEGUImento.... NAVEGAção.

Sim, "Os metais são provados pelo fogo, e o valor de um homem pela boca de quem o elogia ou censura",
e após sentir nas dores e delícias vividas alguns esclarecimentos de muitos traumas e preconceitos, o

i n u s i t a d o para quem está na vitrine do Mar: Você!

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Uma Mulher Inteligente, também, por que não?, rsrs, falando dos Homens

O desrespeito à natureza tem afetado a sobrevivência de vários seres e entre os mais ameaçados está O MACHO da espécie humana.

Tenho sonhado, com todo meu zelo, em casa, com este HOMEM que muitas de nós sabemos estar em extinção. Sim, este tipo Veríssimo aqui abaixo, que consegue compreender-nos nas sutilezas como também em nossas asperezas. Que consegue deixar-nos livres, fazer-nos brilhar e se realçam com este brilho, ao invés de competir com ele. Mas que, todavia, não passam a manhã a tomar sol com nossa Luz, (para não dizer não passam a manhã a coçar o saco e a beber leitinho, embora gostemos de ser seus sóis e suas mães, muitas vezes), mas lutam e saem em busca, sem esquecer suas armas de guerreiros, não guerrilheiros, que há muito essa história de morrer por uma pátria achando que assim sua masculinidade está acertada, bem, há muito, espero, já passou, pois entendo nesses homens-quase-extintos uma sede de família e um lar e este é o mote da maior conquista. As armas da guerra deste homem que sabe suportar e valorizar uma mulher, na hora da guerra, são seus próprios ideais, amigos, dons. Sim, coisas de homem, certamente, é bom que eles tenham as deles, por mais banais que possam nos parecer (rock'n'roll, futebol, xadrez, cerveja, a depender da espécie!).

O homem de quem falo e com todo zelo continuo sonhando que apareça à minha porta, (deixe-me sonhar, consciência!),
Não só não compete conosco, como nos faz rir quando fazemos beiço, ou enche nossa boca de beijos antes que dela saiam sapos. E mesmo depois dos sapos, e crises de TPM, ele aceita nossas desculpas como quem diz: bobinha! SIM, Ele não só respeita que passemos horas conversando no telefone com uma amiga que acabamos de encontrar na rua, como sobe com caixas e martela a parede, simplesmente porque poderíamos fazer isso com nosso martelo florido, mas preferimos que ele o faça... Por uma questão fisiológica, afinal esse HOMEM em extinção tem, mesmo, braços mais fortes que os nossos. (há exceções para as ratas de academia!)

Sabemos que Ele também precisa de espaço, e sendo atencioso, não há porquê duvidarmos do seu caráter. Sabemos que sendo uma espécie rara, haverão muitas em cima dele, como há muitas outras em cima de qualquer um que se pareça com ele (cuidado, mulheres, os homens extintos tem falsos sósios por aí!). Não são necessariamente bonitos e encorpados, mas são necessariamente autênticos, ou seja, honram seus culhões. Isso não significa somente que eles dão prazer sexual a sua fêmea, mas não se acovardam diante de um relacionamento com esta fêmea. Significa que eles desejam perpetuar sua espécie porque, enfim, honram seus culhões, mas que esse perpetuar envolve o verdadeiro significado da paternidade: plantar a semente, cuidar, amar, ensinar o vôo! Sim, eles têm asas secretas e voam longe, se nós, queridas amigas, os enchermos continuamente com nossas vidas e neuroses! Os homens extintos só se relacionam, de verdade, com mulheres extintas, portanto, não há cara-metade, há caras inteiras.

Os homens, esse tipo Veríssimo, verdadeiramente adoram não saber de tudo o que fazemos. Adoram se perguntar porque passamos horas num seminário sobre florais da Deusa, ou preferimos ir ao cinema assistir tal filme com uma amiga e não com ele. Eles adoram imaginar porquê demoramos tanto nas lojas e porquê adoramos fazer compras mesmo após trabalhos sociais nos finais de semana. Adoram perceber como nos esforçamos para ficarmos lindas e gostosas, mas nos acabamos de chorar em meio um pote de sorvete, mesmo num dia de Sol, só porque ouvimos uma notícia da irmã do irmão de ciclano que morreu de câncer, ou nem tão longe assim... da tv, de uma eliza, ex-amante, colocada como "vagabunda" aos olhos da mídia nacional... Eles adoram que sejamos mistério e meio doidas, então, porque não haveremos de gostar disso neles? Não precisamos interrogar o homem extinto a todo instante porque queremos que ele preserve "seus assuntos", sejam eles religiosos, familiares, futebolísticos ou guitarrísticos.

Não precisamos ter medo de servir o café na cama, alugar um filme de ação (tipo Guerra das Estrelas, Rambo II, etc, etc), comprar meias e até lavar as cuecas, porque sabemos que este cara também faria o mesmo por nós (com exceção do filme, porque no nosso caso, juro, ele alugaria Noites de Tormenta com o Richard Gere ou Um Amor para Recordar, e ah, claro, lavaria nossas calcinhas, mas como sabemos que fazemos isso com 'um melhor manejo' talvez nem precise tanto!). Então, é verdade que o homem de quem falamos também vai querer mamar em você de vez em quando, e jamais sentirá a dor do parto normal, mas é exatamente por isso que ele irá admirá-la e entender que nos momentos de choro e fragilidade, a menina que chora é também a leoa que conduz um lar e lhe dá suporte para o seu guerreiro interior.

Sim, ele é definitivamente um guerreiro. Que sobreviveu às piriguetes, (elas existem, é verdade, eu mesma vi com este dois olhos que a terra há de comer, e é uma pena dizer que existem cada vez mais cedo, basta ir a uma festa de 15 anos!), que sobreviveu ao ataque dos amigos que fazem parte do clã dos homens comuns, que sobreviveu aos estigmas da sociedade que planta uma mulher-mamulenga, e entendeu, finalmente que nem menos, nem mais, nem marionete, nem coronel ou tiete, mas UMA MULHER. Ele entendeu que não precisa prover a casa, mas que precisa, antes de tudo, querer ter uma casa! Que poderia viver sozinho e bem, mas que ao lado de uma de nós, consegue ter acesso a sensibilidade, a um lado muito poético e intuitivo que ele tem dentro dele e ousou se interessar. Entendeu que não precisa nos acompanhar em tudo e que a presença física muitas vezes não quer dizer nada, pois este cara também busca a sua ligação com o cosmos, e entende que energeticamente há conexões (que superam raios de km). Este homem, que veio mesmo de Marte, não irá fazer todas as nossas vontades, e nem sempre será meloso, mas voltará no fim do dia para um abraço depois de uma discussão, pois sendo racional, talvez precise de um pouco de tempo para pensar e reorganizar emoções.

Este homem não deseja apenas as pétalas da vida nem só alimenta os espinhos, pois sabe que quanto mais cheirosa a rosa, mais espinhos ela terá, (e é bom que tenha). Ele existe? Sim, sabemos que sim. Deve estar por aí. Não necessariamente com propensões homossexuais, ou com um anel no dedo esquerdo, mas simplesmente sozinho, porém não solitário, em companhia de si mesmo, também sonhando com quem sabe... nós?

A questão é que para ELES existirem, NÓS temos que existir, também. Bem, estamos aqui. Não é mesmo? Então que saibamos SER o que somos, nem mais, nem menos e o felizardo se aprochegará. Uma Velha Senhora Intuição me contou. No mais, encerro com uma frase de outro Sr.Extinto, Fernando Pessoa, e me junto à campanha de Veríssimo: Mulheres, salve-mo-nos, por favor, e digo por mim!

"Para ser grande, sê inteiro, nada teu exagera ou exclui."


Um Homem Inteligente falando das Mulheres

O desrespeito à natureza tem afetado a sobrevivência de vários seres e entre os mais ameaçados está a fêmea da espécie humana.



Tenho apenas um exemplar em casa,que mantenho com muito zelo e dedicação, mas na verdade acredito que é ela quem me mantém. Portanto, por uma questão de auto-sobrevivência, lanço a campanha 'Salvem as Mulheres!'



Tomem aqui os meus poucos conhecimentos em fisiologia da feminilidade a fim de que preservemos os raros e preciosos exemplares que ainda restam:



1. Habitat



Mulher não pode ser mantida em cativeiro. Se for engaiolada, fugirá ou morrerá por dentro. Não há corrente que as prenda e as que se submetem à jaula perdem o seu DNA. Você jamais terá a posse de uma mulher, o que vai prendê-la a você é uma linha frágil que precisa ser reforçada diariamente.




2. Alimentação correta



Ninguém vive de vento. Mulher vive de carinho. Dê-lhe em abundância. É coisa de homem, sim, e se ela não receber de você vai pegar de outro. Beijos matinais e um 'eu te amo’ no café da manhã as mantém viçosas e perfumadas durante todo o dia. Um abraço diário é como a água para as samambaias. Não a deixe desidratar. Senão :



Ela almoçará na rua e jantará em casa ! Pelo menos uma vez por mês é necessário, senão obrigatório, servir um prato especial.




3. Flores

Também fazem parte de seu cardápio – mulher que não recebe flores murcha rapidamente e adquire traços masculinos como rispidez e brutalidade.




4. Respeite a natureza


Você não suporta TPM? Case-se com um homem. Mulheres menstruam, choram por nada, gostam de falar do próprio dia, discutir a relação? Se quiser viver com uma mulher, prepare-se para isso.




5. Não tolha a sua vaidade



É da mulher hidratar as mechas, pintar as unhas, passar batom, gastar o dia inteiro no salão de beleza, colecionar brincos, comprar muitos sapatos, ficar horas escolhendo roupas no shopping. Entenda tudo isso e apoie.




6. Cérebro feminino não é um mito



Por insegurança, a maioria dos homens prefere não acreditar na existência do cérebro feminino. Por isso, procuram aquelas que fingem não possuí-lo (e algumas realmente o aposentaram!). Então, aguente mais essa: mulher sem cérebro não é mulher, mas um mero objeto de decoração.





Se você se cansou de colecionar bibelôs, tente se relacionar com uma mulher. Algumas vão lhe mostrar que têm mais massa cinzenta do que você. Não fuja dessas, aprenda com elas e cresça. E não se preocupe, ao contrário do que ocorre com os homens, a inteligência não funciona como repelente para as mulheres.



Não faça sombra sobre ela, se você quiser ser um grande homem tenha uma mulher ao seu lado, nunca atrás. Assim, quando ela brilhar, você vai pegar um bronzeado.


Porém, se ela estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda.


Aceite: mulheres também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar. O homem sábio alimenta os potenciais da parceira e os utiliza para motivar os próprios. Ele sabe que, preservando e cultivando a mulher, ele estará salvando a si mesmo.


E meu amigo, se você acha que mulher é caro demais, vire GAY.



Só tem mulher, quem pode!

(Luis Fernando Veríssimo)
 
 

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Ritual (des)Conhecido

Tive um Sonho com uma Teia mágica!!!
Do pouco que lembro, mas já muito, ante a vários sonhos significativos e nunca memoráveis para minha parte do cérebro consciente, estávamos, e esse é um bom começo, pois por estar em algum lugar já é dotar-se de sentido... Estávamos, pois, na Unipaz.
Após um ritual belíssimo para a Lua Cheia, e creio que foi este mesmo recente, todas as mulheres iam para um lugar que parecia um auditório de escola, para nào dizer Teatro. Lá eu já estava com minha irmã de caminhada, ou de "encruzilhada", Re, e vestíamos saias como as que a Camila gostara de usar na infância: saias que levavam sapatos boneca e boina. Saias que escolas de meninas, em lugares de frio, costumam adotar. No teatro passava algum documentário ou filme muito chato, algo que eu, ao contrário de Renata, nào conseguia visualizar bem, pois meu coração palpitava a espera da Teia. Quando eu as via chegar lembro-me claramente de BabaSu, Anallú, Andrea, Adele, Monica, Alcina, Dani Aisha, Ana Iaci, Dani Schunbel, Lacy, Nane, Marisilda, Marilda e Maria com capuzes negros e pareciam vestir algo lilás por baixo. Elas chegavam e faziam um SSShhhhh quando eu tentava lhes chamar e iam para alguma sala. Então, eu saía do teatro e encontrava Inês que dizia que eu já podia tirar a roupa e seguir com ela... Renata, então, seguia com as outras meninas do Girassoll (Karine e Mayara) e Lua Nova para algum outro lugar. Eu e mais algumas que não sei dizer quem, junto a Inês, nos pintávamos de argila e urucum (feito os índios quando vão a guerra ou voltam dela - uma forma de jorrar o sangue ou honrá-lo por meio da arte!) e fazíamos uma série de oferendas a Iemanjá e outros seres, oferendas feitas em escadarias... Quando eu voltava ao teatro, BabaSu estava com flores na mào e disse que havia sido feito um sorteio sobre a próxima da teia a passar por determinado ritual. Então, Andrea me parou e disse: ahm, vc já sabia que seria escolhida? Entre na lancha. (isso, mesmo, de repente um mar se abriu e nada de barquinha... as sacerdotizas da Deusa vào de lancha! rsrsrs) Quando entrei lá, nua e pintada, lembro-me da Re ainda dizer: Mas essa Clá é infalível, já até dançou nua lá fora, aposto que já sabia que seria escolhida!
Quando eu entrava na Lancha,  Andrea pedia que  Re e Mayara viessem comigo e carregassem os instrumentos e flores. Na própria lancha, as mulheres já iam cantando e eu tinha de apenas confiar e continuar a me banhar de argila que era bem vermelha e terrosa. As ondas vinham altas e navios enormes faziam as ondas quase nos banhar. Eu perguntava a Andrea se ela não tinha medo e ela dizia, sorrindo: a melhor parte vem agora! E como se ela voasse se segurando na lancha, ela puxava algum cordão que fazia a lancha correr e correr mar adentro. Lembro-me de ouvir as risadas da Re e de ver a May bastante silenciosa, como se estivesse em oração. Eu também orava, ou melhor, a sensação era de medo, mas quando a lancha correu, confesso que fiquei aliviada pois estava em boa companhia, em divertida companhia. Ao chegar em determinado lugar que parecia muito com um Convento de algum recinto desta minha memória (vai ver até de outras vidas, pois a sensação é de que estávamos num país de língua espanhola, algum país vizinho nosso), aí veio uma sensação linda de estar sendo premiada..!!! Somente as irmãs com mais tempo de jornada e aquelas que já haviam sido escolhidas entravam nesta Igreja/Templo. Antes de eu entrar talvez Karine tenha dito algo que me acalmou ou feito BodyTalk, tocado em alguma parte do meu corpo que ainda estava nu e amarelo-vermelho da terra. Dentro desta Igreja, fotos numa prateleira muito florida de várias meninas de várias nacionalidades, não eram rostos conhecidos e só me lembro de uma bem morena, vestindo um casaquinho de linho azul... A minha foto estaria ali dentro em pouco.
Andrea me fazia abaixar a nuca e perguntava: De Onde Você veio? E eu sentia um respirar na minha nuca. Via Anallú passar com a máscara de animal que usou no ritual da Senhora da Natureza e eu perguntava a ela: Anallú, o que Andrea quis dizer com isso? e ela respondia: De Onde Você veio, ué! E esboçava outro sorriso. Parecia algo meio tigresa ou leoa, a máscara e ela carregava enquanto isso, uma bacia com água muito perfumada. Eu nào entendia nada, mas elas sim. Então, despertei, sem saber ao certo o que houve, sentindo apenas que estava já participando de um ritual muito antigo e senti, realmente, como se estas mulheres estivessem trabalhando... e também trabalhando em mim. Muita cura. Uma conexão jamais sentida de maneira tão densa e calorosa... Me senti realmente importante e parte desta Teia, realmente cuidada e olhada, realmente perto de mulheres muito poderosas, realmente sonhando realidade.... sem controle da mente, mas um lindo presente da minha gente, clã que acompanha... Minhas irmãs de Mar, de Sol, de Lua e de Lugares de nem nunca vi...!


quinta-feira, 17 de junho de 2010

Estas mulheres

Poemas de amor tão escassos
Eles não sabem mais sentir?
Cadê o prumo dos homens de aço?
Se acabaram sem se despedir

Tenho visto porque a mim se me chegam, Elas
Morenas, brancas, negras, brilhantes
Olhos de gata, corpo de girafa, moçoilas, cérebro de mulher
Isso, metade lá e cá
A que trabalha, tolera e rearruma a vida de si e dos outros
A que tem filhos, porque um não basta, contam na lista os sobrinhos, amigos, irmãos e amados



Ai, amor, ai, amor amado
Sai de mim abençoando
Entra em ti abençoado
Se nada ou nenhum esforço valer
Terei ao menos uma alma oca ajudado
Tantos pedidos, e nos pedem as mãos

o Que fazem quando damos também pernas, pés, pescoço e braços?

Mornas... que nada! Quentes ou frias... mas a escolha pode nascer do erro. Quem ama escondido, no proibido, não serão esses os verdadeiros amores? Aqueles dos quais a sociedade não fala porque não o Vive? podem ser... cá estão, comigo, por meio destas mulheres...

pintadas, com toda certeza, nos quadros de Goya, ou Velazques!

Anunciadas entre a tristeza e o fogo da inteireza,
Eu as admiro. Também as sou.


segunda-feira, 7 de junho de 2010

Pão de Ló

Relógio despertou
Mais um dia começou
Marcha três
Regula aqui
3..2..1
Ação
Maçã, vela, ritual
Vestido na mala
Nenhum sinal
Come chocolate, come, come, salada
Alada
Voa de cá prali
Voa de ali prum cá
Destrunca caminho
Chora mansinho
Outro dia vem raiar
A dor aberta precisa sarar
Mais zumzumzum
Abelhas ao redor
Mel não me falta
Para um abraço ou calor
Tô seguindo a linha torta do trem
Tô vendo aonde vai dar esse além
Que o horizonte insiste em demorar
Na hora do café...logo cedo...
Hum.. sabe... o café cheiroso no quintal?
Nessa hora
Inda vai faltar
O pão de Ló que vem do astral!

Então, pauso para uma escrita maluca, mas não oca
Cheia de farinha e saudade
Do pão de Ló da minha cidade!




ps:uma cidade que se chama... Farfallitas!

sexta-feira, 21 de maio de 2010

tecer, tecer, teSER


Sento-me aos pés dela


Enrugados em meio veias que se trançam no tempo

Ao nosso lado, uma clareira pouco luminosa

E mantendo-se no centro

Seus dedos disciplinados tecem, tecem, tecem...

O manto quadriculado que escorrega pela cadeira de balanço

Feito um relógio, a cadeira para lá e para cá

Ao seu lado permaneço quieta e observo

Sinto o cheiro de gravetos, de madeira selvagem e de dama da noite que se insiste lá fora

Sob o luar

Em sua fronte descanso

Instintos imberbes que outrora tivera

As horas prolongadas pelo silêncio rasgam o alvorecer

Adormeço e Amanheço

Minha vida em seu tecer

quarta-feira, 12 de maio de 2010

AMARoELO

Amarela cor
amando ela corre
manda, manda, morre
desprende, acende, escorre
como gotas douradas
Amareladas, aladas no mel!



Amarelo, elos, mares, remando, óleo solar abrançando meu plexo, sexo, ondas barrosas, de pétalas-luzes sob o olhar!

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Janelas e sorvete!



Sabe que... tem coisa que a gente espera, né?
Espera mesmo, nem sentadinho, não, mas de pé, na janela, vendo cada movimento, sonhando com cada segundo posterior, imaginando quem desceria naquela rua.

Agora... tem coisa, ou melhor, gente que nos pega desprevenido mesmo, né? Funciona assim: estamos prostrados à janela e um sopro sereno quase que sorrateiro nos invade ao lado.... bem ao lado??? Pois é, do ladinho, às vezes sentada na mesma área de trabalho, silenciosa moça, com seus versos e encantos pronta para compartilhar dos mesmos lamentos, impulsos e sonhos! Ou não. De onde menos se espera, um sopro quente e cativante, arredio e fulminante que desbota a imagem da janela, ela fica pálida e opaca, perto da realidade que sem mais nem menos nos acerca! Sem deixar de fora aquela parte do sorvete! é... o... o sorvete!!!

Gelado porém derretedor.... de Doce frescor, com uma degustação que exige calma quase tanta quanto a pronúncia da palavra: ssssssssssssoooooooooorrrrrrrvvvvvvvvvvvetttttiiii , sim terminando com I para deixar um leve sorriso nos lábios, de quem acabou de saciar a espera.

Assim eu me sinto. Meu sorvete favorito mistura menta e chocolate, ou crocante com morango, com tanto que haja uma mistura, algo que meu paladar não previa, apesar dos cansados olhos que mesmo fechados, alcançam a visão.

Então, e só então, a língua se aloja no céu da boca, para finalmente calar.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Nada, ou


O que me faltam são os braços.
Mas estão aqui!

Então, são as pernas, pés,!
Também os tenho, já, prontos, treinados,

Então, me falta a luz?
Não, bem o sabes...

Falta-me a beleza?
Sempre faltará, como um pote que se abre revelando ainda mais, cada vez mais...

Se nada me falta por que o vazio?
Para o mergulho, o vazio a banhar...!

Do vazio se criam galáxias.
Do vazio se enche de água um rio.
Do vazio se encontra o nada, o nada, nadando como um peixe cósmico nos pensamentos que não existem!
O nada, em que nada exagera.
O nada em que nada ressente ou se perde. Tudo já se perdeu!
Tudo já se abraçou...
Tudo: o nada. Não se vê, mas se percebe. O tudo que nada recebe e sempre o recebe ao Nada.
o SOU.

Optchá!


Hace mucho que te esparaba


                              La dueña de los ojos cativantes

              Cuyas palabras acienden el alma

E el bailar se confunde con la luna



Dandara,

Sácame los desengaños

Cuentáme los sueños

Posibles para mí

Dáme tu mano protetora

Hagáme mariposa colorida

Llena de vida

Y con una missión de amor



Gracias por tu aparición

Por quererme hija

Por las gracias y el futuro

Que a mi me revelas

Como la face brillosa de la moneda

Un suspiro, una pausa, para seguir la intuición

Tenga mis palabras en tus oídos

Traídos por el viento

Tenga mi corazón en tú jardín

Empieze tus flores a plantar



Tú hija, juntas que estuvimos en las estrellas!



Optchá!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Enquanto isso,

Em seu livro "Mulheres que correm com os lobos",


Clarissa Pinkola escreveu algo que muito me agradou



"Dizem que tudo o que buscamos, também nos busca

e, se ficamos quietos, o que buscamos nos encontrará. É algo que leva muito tempo esperando por nós. Enquanto não chegue, nada faças. Descansa. Já tu verás o que acontece enquanto isto."

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Tava aqui pensando...


A gente vive querendo se remendar, num é? Vai você pegar poesias que escreveu ano passado, pior, nos seus 14 anos! "Como eu escrevi isso, por que escrevi assim?" Se você ainda gostar de escrever ou tiver algum planeta radical em Virgem a tortura vai ser maior:
ai que chato! nossa, por que esrrevi isso desta forma? assim ficaria bem melhor
E patati e patatá
 
então, EU, que tenho ascendente em Virgem e capricorniana que sou... tava aqui pensando...
"Tua bagagem é o teu coração"
Que lindo! Lindo?! Puta, eu preferia levar mil malas. 1000 roupas, trecos, bugingngas. Preferia PARTIR levando todos os envelopes, fitas, cartas, fotos, objetos, lingeries (até as que nunca estreiei), meia, pés de meia, santos, bolsas, brincos, amuletos, beijos, brinquedos, bonecas, músicas, homenagens, telefonemas, bilhetes, declarações, do que meu coração.
 
Tava aqui pensando que tô o tempo todo falando em amar amar amar
e amou amou amou
e voar voar voar
Puta, nao tinha aí, meu Deus, minha Deusa, um tantim de paz, de tranquilidade?
Dê só um tiquim, vá.
É muita gente, gente muita.
Gente muito autêntica, bonita, amada.
é muita pessoa pra eu carregar nesse meu coração. 
 
E nao vao. nao vao. eles vem comigo. vem os amores homens, mulheres, senhoras, desde a cigana que entrevistei no interior do interior de sua barraca, àquele cara de dred que pressagiou coisas do tempo numa kombi 1990. vai desde a professora que me ensinou a palavra casa, àquele primeiro chefe que deu em cima, não sem cara-de-pausice. Desde àquela colega calada com quem descobri imensa afinidade àquela com quem troquei mil juras até virarmos irmãs de sangue. Desde o louco que me endeusou ao louco que me deixou. Desde o que me engravidou e aos que nunca vi. 
 
Sim, também os amo, porque me cabe MUITO SEMPRE BASTANTE EXACERBADAMENTE AMOR. Antes amasse mornamente, mas não. A la espanholita, com direito a muitos tons de vermelho, mesmo que só na ficção. Tinha que ter alma demais, doces demais, vida demais. Tinha que ter tudo isso e a pressa é boa. Nem mesmo o mundo vasto mundo de raimundo, nem mesmo as mãos de um guru indiano, mesmo as águas choradas tem mais poder que este amor que carrego. Não sei porque mas esta é minha cruz. Cruz santa. Senti-lo. MEU OFÍCIO. Sacrifício libertador.

PreSSAgiNhos

Podia ser tudo azul, não é meu passarinho verde?
Que me dizes? Dizes alto! Dizes próximo aos meus ouvidos. Dizes rápido. Que medo. Que vontade. Quanta abertura, quanto sentir,
Vim pedir tua proteção
Passarinho verde
Andavas escondido? Passastes noites em claro?
Viestes de longe, passarinho? Viestes me ver? Serei eu, teu ninho?
Se o sou, meu passarinho, beija-me mansinho, que eu te aqueço
Traga os bons ventos, traga-me a boa sorte
Sou feita de folhas, andam secas neste outono
Colhe-me ao pé os frutos
Que saboreá-los sem teu sopro
perde o valor
Escrevo-te tolinha que sou,
pq duvido que venhas
tens medo também, bem que sei
Mas se te escondes
como te poderei eu VOAmaR???

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Cabeça pra baixo, olhos pra cima!

Quando você chegar
Me vire
não me avise
Me alise
não me racionalize
Me estréie
não me sujeite
Me garanta
não me encare
Me conduza
não me obedeça
Por que mandarei você sair pela porta, morta, morta de medo de virar do avesso, dar nova forma ao gesso que encrostou mesmo sem raízes meu corpo ao chão. Não é de AR que ouso pedir, mas de TERRA. Eu na terra, de cabeça pra baixo, você, no meu céu pro meu olhar mirar. Tudo melhor.

Malemolência

Conversa de outros tempos...

- Oi vo cê tá bem?
- Tô. Vo cê não tá?
-Tô.
-...
-...
-Vo cê quer chá?
-Nô. E vo cê quer chá?
-Nô.
-...
-...
-Ma ri do fe liz?
-Bem bem.
-E o seu?
-Sim sim.
-...
-...
- De sem bu cha.
- De sa per ta.
- O que? Ah tá.
-Pronto. Agora, sim. Mais meio século pra caber tudo na malemolência das línguas femininas. Tire essa almofadinha da bunda e vamos sentar lá fora. Na grama, mesmo. Ahhh, que bom. Estamos usando vírgulas! Já é um começo...

Tu e Eu, numa fração do tempo

                          

Aonde comecei e aonde você termina é a minha grande dúvida. Carne da minha carne, beijo que eu primeiro selei. Se praga de mãe é das mais perigosas, certamente o é quando premonição. Vai se chamar Ighor Rudá. IgHor com H por que eu não sei. Só sei que foi assim. E Rudá bem sei que não fui eu. Foi você mesmo ainda dentro de mim. Por que viestes através de mim é também boa pergunta. E por que copias expressões e choros são também outras. Passaremos então futuramente, quando falante te tornares, das perguntas como Por quê o céu é azul? e etc e etc para mais a frente quando aprenderes a calar, nos olharmos cúmplices recebendo as respostas. Pode demorar. Mais elas virão. E cuidado pois há algo que eu digo e acontece. Assim foi com você até agora. Do jeitinho, sem tirar nem por, de como sonhei. E do jeitinho, colocando mais uns montes, de como jamais previ! Minha surpresa-encomenda. Meu talismã-licor. Meu e Do Mundo.

domingo, 11 de abril de 2010

Olhos verdeazulantes!


Amiga
esta palavra é pouca
Rouca a vazia
para te completar nas entrelinhas
Amiga
mulher-menina-lagarta que pouco conheço
e tanto já sei...
Nascida do mesmo pé de sonhos
coloridas águias azuis me levaram até você
Amiga
cheinha de defeitos e charme
Admiração, ciúme, falhas humanas, mas o amor celestial
Puro e transparente como teu olhar de lagoas cativas
Amiga
sou por ti apaixonada porque me trazes asas, me despertas a sorte de ser
o colorido me encorajas a emanar!
Amiga
é muito pouco uma ou duas vidas
Por isso, nesse tantim que nos falta
e Nesse muito da missão que nos foi dada
pintemos de azul
o altar desta amizade
para que as águas lavem qualquer dor e juntas, com sereias e golfinhos
possamos retornar!

Amiga, minha irmã de jornada. Te amo!!!

AVÓz de dentro


Tamara amara ainda jovem. Tinha 15 anos, não mais que isso quando Igor passou pela sua frente jogando bola. Típica cena que todas nós conhecemos, não? Ainda que não a tenhamos vivido. Por quê? Por que fica cada vez mais fácil entender que a dor de uma mulher é a dor de todas, e eu ousaria dizer: mais perceptível ainda mesmo na face daquelas cujo olhar compete com nosso guarda-roupa; que nós mulheres temos em comum a dor, a dor de já ter amado.

O cineasta espanhol Almodóvar admite que homens também choram Mas que as mulheres choram melhor. Por isso as escolhe para conduzir grande parte de seus filmes. E porque acredita que o amadurecimento feminino só chega após certo sofrimento. Tal o é biologicamente no processo de parir: após este ato, a mulher amamenta, vira fonte de alimento de outro ser que dela depende, dela tudo suga nos primeiros dias, meses, anos. Dói? não dói? Para algumas mais, outras menos. O fato é: por que passamos com o tempo a evitar a dor? Meu sentimento é esse: o que temos aprendido com os homens tornando-nos mais parecidas com eles ao invés de deixá-los evoluir com nossos antigos e sábios hábitos? Há quem diga que as palavras da Avó são como pedras preciosas, e já não se encontram mais por aí. E o dizem com certa nostalgia como se agora já não fossem feitas mais mulheres como antigamente ou avós como antigamente.

Retire o lado submisso da coisa cujo espaço passou a ser questionado a partir dos anos 50 com nossas desbravadoras Beauvoir, Sue-Ellen Case, Butler, Kristeva, Dona Anita que não foi noticiada mas certamente se fartou de viver a enxugar meias pratos... Falo da sabedoria antiga. Feminina e menina. Muito menina, porque requer cuidados e acalento. Sabedoria que a gente aprendia observando. Quanto mais no silêncio, mais aprimorando os dons que exigiam de nossas mãos manuseios e trançados, e da mente: intuições, percepções, direções. Tínhamos tempo para, menstruadas, parar e lidar com a dor. A vida não era medida em segundos, mas em fios, linhas, cortes e tecidos.

Há na memória, mesmo a de quem pouco conviveu com a avó, ou mesmo de quem nunca teve uma avó - e isso talvez a psicanálise do inconsciente consiga explicar - um cheiro de mulheres reunidas a tomar um chá cultivado no jardim. Um gosto de terra molhada, arada e remexida por mãos que preparavam o jantar. Uma lembrança de um olhar, um ponto cruz, uma palavra de esperança, uma reza ao fim do entardecer. Creio, e por isso escrevo, que esse tempo perdido e já não mais recuperável vive em nós e nos lembra constantemente que a dor era parte do ar dessas mulheres. Mas que elas não fugiam, e sim enfrentavam, marchavam no ritmo da natureza, respeitando seus ciclos, como flores que ora se abrem, ora caem secas sobre a terra.

Mulheres que não esperavam o príncipe encantado, ao contrário, tinham plena consciencia da fraqueza dos homens, porque pariam esses homens, porque os viam chegar das guerras. Mulheres que detinham a sensualidade no olhar e quanto mais velho este olhar, mais penetrante se tornava. Mulheres que sabiam sorrir, mas um sorrir de verdade, aquele que só se dá quando se chora.

Pois bem, Tamara teve seu primeiro amor. E seu segundo e seu terceiro. E neste sábado irá a Trend no lago Sul movida a que? Amor. Sim, porque podemos estar vestidas ou pouco-vestidas pelas noites afora, ajeitando um cabelo, uma unha, entre mil e um telefonemas e pretendentes que nos consideram gostosas, no trabalho. Mas no fundo, vive em nós essa Avó solitária. E ela insiste em nos fazer companhia numa tarde de domingo quando a Tv utiliza uma linguagem muda...

Voava

Essa sou eu
Indo ao encontro
Partindo da escuridão
Passeada nos mais ancorados medos
Vacinada contra os perigos do Amor
Essa sou eu
soprada de ventos frios
adentrando o mar de sábias ondas
imprevistas
voando entre o sim e o agora
mas, voando
permanentemente transformada
metamorfoseando, pronta para vento virar
chamando as nuvens para derreterem
Essa, não outra, ou aquela
Eu mesma
não a mesma
nunca mais

sexta-feira, 19 de março de 2010

Dia da pizza, dia do cachorro, dos 100 anos de enchentes verbásticas

Sim, todas sabemos, há mais de 150 anos mulheres foram queimadas ao protestarem por menos horas de trabalho. (talvez elas quisessem cuidar dos filhos, já que os afazeres domésticos não caiu de moda para elas, talvez).
Então, hoje, encontrei, não por acaso, uma mensagem que fala do Dia Internacional do Homem. 15 de julho. Por quê a data? Ningém sabe. Pensei em se tratar de uma grande brincadeira de mal gosto até ler matérias sobre o assunto e ver que algumas mulheres apóiam. "Claro, eles também tem o direito deles, somos todos iguais" e eu pensei "Claro, Papai Noel usa mesmo barba branca e vem do Pólo Norte ao Brasil!". Por favor, nao me entendam mal. Claro que seria lindo poder pronunciar a frase das nossas conterrâneas de Vênus com bastante densidade. Mas não podemos. Não, não somos iguais. Ainda não.
Mulheres formadas ainda ganham 30% menos que os homens. Elas quem ainda cuidam mais da casa e dos filhos depois de um dia inteiro de trabalho, como os homens. As negras, especialmente, ainda são em maior número as mais pobres e as que mais trabalham como domésticas sem carteira assinada e ganhando menos de um salário mínimo. E só há mulheres criminosas ou envolvidas no tráfico por causa de seus homens. Não, há tempos não somos iguais. E aposto que ainda existem princípios familiares que nos julgam sexo frágil e ao contrário do que se pensa há, ainda, mulheres que apanham em silêncio e recebem na delegacia a seguinte resposta: se você não aprende pelo amor, tem que aprender pela dor mesmo! Isso eu posso dizer, porque tenho filmado, registrado. Não está tão distante. Está bem aqui. Do nosso ladinho, ali, ó, olhando o espelho. Você se odeia pelas gorduras, aprende que só tem valor as bundudas e se para as mães solteiras como eu cujos pais (sabe, aqueles responsáveis pelo jatinho fértil, pois é) ajudam o filho e recebem um: Ó, que sorte você tem!, eu digo: Cara, dia Internacional dos Homens uma ova!
Infelizmente, desculpem-me afirmar que ainda sinto as dores de mulheres que têm seus filhos induzidas por mãos cirúrgicas porque perderam a fé em sua força ventral. Eu também sinto o dever de como mulher me sentir merecedora do Dia das Mulheres, honrar essas que foram mortas, se é que uma de nós não estava lá. Mas se você não concorda, não faz mal. Talvez quando seu dinheiro não couber na sua imaginação e ter que comemorar todos os dias (dia 10 de julho é o dia da Pizza, veja só!) valores sem reais sentimentos, você se perceba consumido por um grande vazio.
Disso sim, Deus-Pai, livrai-me e não nos deixei cair em tentação.

sábado, 23 de janeiro de 2010

SOLidão


Então, você veio. Eu estava mesmo esperando por você. Confesso que ando meio cansada, precisava mesmo que viesse me ver. Às, vezes, confesso, mesmo em noites que todos me buscam por meios eletrônicos, abraços, braços, cheiro, tudo o que desejo é ver você. Abrir a porta e pronto, sentir que chegou até mim para ficar por um bom tempo. Percebo o quanto a nossa relação evoluiu. Você também? Lembra como eu ficava nervosa só de pensar no seu nome ou só de saber que você existia? E quando anoitecia, lembra??? Nossa, eu sempre achava que você iria chegar e tentava me manter acordada para tentar te espantar, rsrs, mas felizmente dormia... e como! Sempre gostei, né, de dormir... Mas contigo é ainda melhor. Durmo ao teu lado e começo a sentir coisas que não sinto perto de outros. Você realmente me cativou. Aliás, eu sei, vai me dizer que eu era pequenininha quando me segurou nos braços, eu sei! Mas o ponto é: obrigada! Tenho que te agradecer por não ser o monstro que eu pensava, ao contrário, muito doce e suave... Tenho que te agradecer por gostar ainda de mim, mesmo eu a tendo evitado. Hoje, sei que só com você me encontro de verdade. É um tempinho, uma dose que preciso da tua companhia para relaxar... e Então logo estou a cair no mundo de novo. Obrigada, SOLidão!