Sem mim não há Borboleta, sou a Lagarta.

UM ESPAÇO PARA DEIXAR-SE IR, SEM VOLTAR. A TUA BAGAGEM É O TEU CORAÇÃO.

segunda-feira, 31 de março de 2008

O menino


Ele foi se afastando e dobrou a esquina, o menino

De costas, um desconhecido

Poucos minutos antes me beijara no carro

Veio com flores, não essas usuais

Um orquídea, amarela, assim, diria que também a achei minha cara

porquê eu não sei

Sei que o menino...

que sonhava um dia em dominar o mundo

agora, penso, sente-se dominado

mas ele sabe que ``longe do meu domínio

cê vai de mal a pior

vem que eu te ensino como ser bem melhor...``

dobrou a esquina

e o terno nao deixou rastros

é um ser livre

que livremente caminha ao lado meu

do futuro, só o que sabemos

é que no menino veremos o HOMEM

esse ainda tímido e já notável

HOMEM.

domingo, 30 de março de 2008



"O que a lagarta chama de fim de mundo, o mestre chama de borboleta,"

. . .

Eu
Cor da terra
Perambulo e escorrego em suas raízes
Lentamente faço meu caminho
Feia
Magra
Poderiam me insultar
Mas esquecem que sou o interior de mim mesma
Se me insultam e me maldizem
Não estão abertos para o aprendizado
Vivo muito tempo
Mais que outras espécies de tamanho não tão notável como a minha
Porém há um momento
Que me sufoco, suicido e me resguardo.
Por eras tento sair do casulo
Alguns dizem que levam apenas dias
Mas para mim, uma eternidade, chego a pensar,
Que se fosse fácil eu não seria eu.
E então me sucumbo de minha missão
Medo?
Sim, mas quem não tem medo de criar asas?
Mas eis que é o ultimo estágio de minha vida
Dura tão pouco...
Mas para mim, é como viver séculos nestas 24 horas.
Conheço o que de baixo nunca havia podido apreciar
Muitos se admiram comigo
Mas a fama não me sobe a cabeça
Sei de onde vim
Perto das minhas origens há sujeira.
Muito lembram só das minhas cores
E assim prefiro ser lembrada,
Porque a beleza está na transformação
Sou dos insetos, a mais ousada.
Feita de delírio lírico
Ora extravagante ora elegante
Como a paixão
Meus passos são inesquecíveis
Dizem que pressagio coisas do tempo
E estão certos
Torno-me mágica porque sou indecente
Roubo a cena porque sou despretensiosa
Causo sorrisos porque já chorei e muito
Sou a lagartaSem mim, não há borboleta.

sexta-feira, 28 de março de 2008

A BOMBA


Bom...Um belo dia ela vem embrulhada. a Bomba. Bem menor para umas, explosiva e contagiosa para outras. Bastante atordoada ela pega o embrulho. Barulho. BOOOM. Batuques, buzinas e berros. Bem-humorada a bomba informa números, cálculos, dias. Brota no interior de uma alguém e balança a sua cadeia rotineira. Bolhas de sonhos estouram enquanto garrafas de champagne estão no cardápio dos deuses. Boa causadora, a bomba sempre nos pega de surpresa e nos deixa sem saída. Brutalmente, ela mata o passado mas bombardeia o mundo com nova vida. Bobagem é tudo o que não faz parte DELA, agora.