Sem mim não há Borboleta, sou a Lagarta.

UM ESPAÇO PARA DEIXAR-SE IR, SEM VOLTAR. A TUA BAGAGEM É O TEU CORAÇÃO.

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Nada, ou


O que me faltam são os braços.
Mas estão aqui!

Então, são as pernas, pés,!
Também os tenho, já, prontos, treinados,

Então, me falta a luz?
Não, bem o sabes...

Falta-me a beleza?
Sempre faltará, como um pote que se abre revelando ainda mais, cada vez mais...

Se nada me falta por que o vazio?
Para o mergulho, o vazio a banhar...!

Do vazio se criam galáxias.
Do vazio se enche de água um rio.
Do vazio se encontra o nada, o nada, nadando como um peixe cósmico nos pensamentos que não existem!
O nada, em que nada exagera.
O nada em que nada ressente ou se perde. Tudo já se perdeu!
Tudo já se abraçou...
Tudo: o nada. Não se vê, mas se percebe. O tudo que nada recebe e sempre o recebe ao Nada.
o SOU.

Optchá!


Hace mucho que te esparaba


                              La dueña de los ojos cativantes

              Cuyas palabras acienden el alma

E el bailar se confunde con la luna



Dandara,

Sácame los desengaños

Cuentáme los sueños

Posibles para mí

Dáme tu mano protetora

Hagáme mariposa colorida

Llena de vida

Y con una missión de amor



Gracias por tu aparición

Por quererme hija

Por las gracias y el futuro

Que a mi me revelas

Como la face brillosa de la moneda

Un suspiro, una pausa, para seguir la intuición

Tenga mis palabras en tus oídos

Traídos por el viento

Tenga mi corazón en tú jardín

Empieze tus flores a plantar



Tú hija, juntas que estuvimos en las estrellas!



Optchá!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Enquanto isso,

Em seu livro "Mulheres que correm com os lobos",


Clarissa Pinkola escreveu algo que muito me agradou



"Dizem que tudo o que buscamos, também nos busca

e, se ficamos quietos, o que buscamos nos encontrará. É algo que leva muito tempo esperando por nós. Enquanto não chegue, nada faças. Descansa. Já tu verás o que acontece enquanto isto."

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Tava aqui pensando...


A gente vive querendo se remendar, num é? Vai você pegar poesias que escreveu ano passado, pior, nos seus 14 anos! "Como eu escrevi isso, por que escrevi assim?" Se você ainda gostar de escrever ou tiver algum planeta radical em Virgem a tortura vai ser maior:
ai que chato! nossa, por que esrrevi isso desta forma? assim ficaria bem melhor
E patati e patatá
 
então, EU, que tenho ascendente em Virgem e capricorniana que sou... tava aqui pensando...
"Tua bagagem é o teu coração"
Que lindo! Lindo?! Puta, eu preferia levar mil malas. 1000 roupas, trecos, bugingngas. Preferia PARTIR levando todos os envelopes, fitas, cartas, fotos, objetos, lingeries (até as que nunca estreiei), meia, pés de meia, santos, bolsas, brincos, amuletos, beijos, brinquedos, bonecas, músicas, homenagens, telefonemas, bilhetes, declarações, do que meu coração.
 
Tava aqui pensando que tô o tempo todo falando em amar amar amar
e amou amou amou
e voar voar voar
Puta, nao tinha aí, meu Deus, minha Deusa, um tantim de paz, de tranquilidade?
Dê só um tiquim, vá.
É muita gente, gente muita.
Gente muito autêntica, bonita, amada.
é muita pessoa pra eu carregar nesse meu coração. 
 
E nao vao. nao vao. eles vem comigo. vem os amores homens, mulheres, senhoras, desde a cigana que entrevistei no interior do interior de sua barraca, àquele cara de dred que pressagiou coisas do tempo numa kombi 1990. vai desde a professora que me ensinou a palavra casa, àquele primeiro chefe que deu em cima, não sem cara-de-pausice. Desde àquela colega calada com quem descobri imensa afinidade àquela com quem troquei mil juras até virarmos irmãs de sangue. Desde o louco que me endeusou ao louco que me deixou. Desde o que me engravidou e aos que nunca vi. 
 
Sim, também os amo, porque me cabe MUITO SEMPRE BASTANTE EXACERBADAMENTE AMOR. Antes amasse mornamente, mas não. A la espanholita, com direito a muitos tons de vermelho, mesmo que só na ficção. Tinha que ter alma demais, doces demais, vida demais. Tinha que ter tudo isso e a pressa é boa. Nem mesmo o mundo vasto mundo de raimundo, nem mesmo as mãos de um guru indiano, mesmo as águas choradas tem mais poder que este amor que carrego. Não sei porque mas esta é minha cruz. Cruz santa. Senti-lo. MEU OFÍCIO. Sacrifício libertador.

PreSSAgiNhos

Podia ser tudo azul, não é meu passarinho verde?
Que me dizes? Dizes alto! Dizes próximo aos meus ouvidos. Dizes rápido. Que medo. Que vontade. Quanta abertura, quanto sentir,
Vim pedir tua proteção
Passarinho verde
Andavas escondido? Passastes noites em claro?
Viestes de longe, passarinho? Viestes me ver? Serei eu, teu ninho?
Se o sou, meu passarinho, beija-me mansinho, que eu te aqueço
Traga os bons ventos, traga-me a boa sorte
Sou feita de folhas, andam secas neste outono
Colhe-me ao pé os frutos
Que saboreá-los sem teu sopro
perde o valor
Escrevo-te tolinha que sou,
pq duvido que venhas
tens medo também, bem que sei
Mas se te escondes
como te poderei eu VOAmaR???

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Cabeça pra baixo, olhos pra cima!

Quando você chegar
Me vire
não me avise
Me alise
não me racionalize
Me estréie
não me sujeite
Me garanta
não me encare
Me conduza
não me obedeça
Por que mandarei você sair pela porta, morta, morta de medo de virar do avesso, dar nova forma ao gesso que encrostou mesmo sem raízes meu corpo ao chão. Não é de AR que ouso pedir, mas de TERRA. Eu na terra, de cabeça pra baixo, você, no meu céu pro meu olhar mirar. Tudo melhor.

Malemolência

Conversa de outros tempos...

- Oi vo cê tá bem?
- Tô. Vo cê não tá?
-Tô.
-...
-...
-Vo cê quer chá?
-Nô. E vo cê quer chá?
-Nô.
-...
-...
-Ma ri do fe liz?
-Bem bem.
-E o seu?
-Sim sim.
-...
-...
- De sem bu cha.
- De sa per ta.
- O que? Ah tá.
-Pronto. Agora, sim. Mais meio século pra caber tudo na malemolência das línguas femininas. Tire essa almofadinha da bunda e vamos sentar lá fora. Na grama, mesmo. Ahhh, que bom. Estamos usando vírgulas! Já é um começo...

Tu e Eu, numa fração do tempo

                          

Aonde comecei e aonde você termina é a minha grande dúvida. Carne da minha carne, beijo que eu primeiro selei. Se praga de mãe é das mais perigosas, certamente o é quando premonição. Vai se chamar Ighor Rudá. IgHor com H por que eu não sei. Só sei que foi assim. E Rudá bem sei que não fui eu. Foi você mesmo ainda dentro de mim. Por que viestes através de mim é também boa pergunta. E por que copias expressões e choros são também outras. Passaremos então futuramente, quando falante te tornares, das perguntas como Por quê o céu é azul? e etc e etc para mais a frente quando aprenderes a calar, nos olharmos cúmplices recebendo as respostas. Pode demorar. Mais elas virão. E cuidado pois há algo que eu digo e acontece. Assim foi com você até agora. Do jeitinho, sem tirar nem por, de como sonhei. E do jeitinho, colocando mais uns montes, de como jamais previ! Minha surpresa-encomenda. Meu talismã-licor. Meu e Do Mundo.

domingo, 11 de abril de 2010

Olhos verdeazulantes!


Amiga
esta palavra é pouca
Rouca a vazia
para te completar nas entrelinhas
Amiga
mulher-menina-lagarta que pouco conheço
e tanto já sei...
Nascida do mesmo pé de sonhos
coloridas águias azuis me levaram até você
Amiga
cheinha de defeitos e charme
Admiração, ciúme, falhas humanas, mas o amor celestial
Puro e transparente como teu olhar de lagoas cativas
Amiga
sou por ti apaixonada porque me trazes asas, me despertas a sorte de ser
o colorido me encorajas a emanar!
Amiga
é muito pouco uma ou duas vidas
Por isso, nesse tantim que nos falta
e Nesse muito da missão que nos foi dada
pintemos de azul
o altar desta amizade
para que as águas lavem qualquer dor e juntas, com sereias e golfinhos
possamos retornar!

Amiga, minha irmã de jornada. Te amo!!!

AVÓz de dentro


Tamara amara ainda jovem. Tinha 15 anos, não mais que isso quando Igor passou pela sua frente jogando bola. Típica cena que todas nós conhecemos, não? Ainda que não a tenhamos vivido. Por quê? Por que fica cada vez mais fácil entender que a dor de uma mulher é a dor de todas, e eu ousaria dizer: mais perceptível ainda mesmo na face daquelas cujo olhar compete com nosso guarda-roupa; que nós mulheres temos em comum a dor, a dor de já ter amado.

O cineasta espanhol Almodóvar admite que homens também choram Mas que as mulheres choram melhor. Por isso as escolhe para conduzir grande parte de seus filmes. E porque acredita que o amadurecimento feminino só chega após certo sofrimento. Tal o é biologicamente no processo de parir: após este ato, a mulher amamenta, vira fonte de alimento de outro ser que dela depende, dela tudo suga nos primeiros dias, meses, anos. Dói? não dói? Para algumas mais, outras menos. O fato é: por que passamos com o tempo a evitar a dor? Meu sentimento é esse: o que temos aprendido com os homens tornando-nos mais parecidas com eles ao invés de deixá-los evoluir com nossos antigos e sábios hábitos? Há quem diga que as palavras da Avó são como pedras preciosas, e já não se encontram mais por aí. E o dizem com certa nostalgia como se agora já não fossem feitas mais mulheres como antigamente ou avós como antigamente.

Retire o lado submisso da coisa cujo espaço passou a ser questionado a partir dos anos 50 com nossas desbravadoras Beauvoir, Sue-Ellen Case, Butler, Kristeva, Dona Anita que não foi noticiada mas certamente se fartou de viver a enxugar meias pratos... Falo da sabedoria antiga. Feminina e menina. Muito menina, porque requer cuidados e acalento. Sabedoria que a gente aprendia observando. Quanto mais no silêncio, mais aprimorando os dons que exigiam de nossas mãos manuseios e trançados, e da mente: intuições, percepções, direções. Tínhamos tempo para, menstruadas, parar e lidar com a dor. A vida não era medida em segundos, mas em fios, linhas, cortes e tecidos.

Há na memória, mesmo a de quem pouco conviveu com a avó, ou mesmo de quem nunca teve uma avó - e isso talvez a psicanálise do inconsciente consiga explicar - um cheiro de mulheres reunidas a tomar um chá cultivado no jardim. Um gosto de terra molhada, arada e remexida por mãos que preparavam o jantar. Uma lembrança de um olhar, um ponto cruz, uma palavra de esperança, uma reza ao fim do entardecer. Creio, e por isso escrevo, que esse tempo perdido e já não mais recuperável vive em nós e nos lembra constantemente que a dor era parte do ar dessas mulheres. Mas que elas não fugiam, e sim enfrentavam, marchavam no ritmo da natureza, respeitando seus ciclos, como flores que ora se abrem, ora caem secas sobre a terra.

Mulheres que não esperavam o príncipe encantado, ao contrário, tinham plena consciencia da fraqueza dos homens, porque pariam esses homens, porque os viam chegar das guerras. Mulheres que detinham a sensualidade no olhar e quanto mais velho este olhar, mais penetrante se tornava. Mulheres que sabiam sorrir, mas um sorrir de verdade, aquele que só se dá quando se chora.

Pois bem, Tamara teve seu primeiro amor. E seu segundo e seu terceiro. E neste sábado irá a Trend no lago Sul movida a que? Amor. Sim, porque podemos estar vestidas ou pouco-vestidas pelas noites afora, ajeitando um cabelo, uma unha, entre mil e um telefonemas e pretendentes que nos consideram gostosas, no trabalho. Mas no fundo, vive em nós essa Avó solitária. E ela insiste em nos fazer companhia numa tarde de domingo quando a Tv utiliza uma linguagem muda...

Voava

Essa sou eu
Indo ao encontro
Partindo da escuridão
Passeada nos mais ancorados medos
Vacinada contra os perigos do Amor
Essa sou eu
soprada de ventos frios
adentrando o mar de sábias ondas
imprevistas
voando entre o sim e o agora
mas, voando
permanentemente transformada
metamorfoseando, pronta para vento virar
chamando as nuvens para derreterem
Essa, não outra, ou aquela
Eu mesma
não a mesma
nunca mais