Sem mim não há Borboleta, sou a Lagarta.

UM ESPAÇO PARA DEIXAR-SE IR, SEM VOLTAR. A TUA BAGAGEM É O TEU CORAÇÃO.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Ritual (des)Conhecido

Tive um Sonho com uma Teia mágica!!!
Do pouco que lembro, mas já muito, ante a vários sonhos significativos e nunca memoráveis para minha parte do cérebro consciente, estávamos, e esse é um bom começo, pois por estar em algum lugar já é dotar-se de sentido... Estávamos, pois, na Unipaz.
Após um ritual belíssimo para a Lua Cheia, e creio que foi este mesmo recente, todas as mulheres iam para um lugar que parecia um auditório de escola, para nào dizer Teatro. Lá eu já estava com minha irmã de caminhada, ou de "encruzilhada", Re, e vestíamos saias como as que a Camila gostara de usar na infância: saias que levavam sapatos boneca e boina. Saias que escolas de meninas, em lugares de frio, costumam adotar. No teatro passava algum documentário ou filme muito chato, algo que eu, ao contrário de Renata, nào conseguia visualizar bem, pois meu coração palpitava a espera da Teia. Quando eu as via chegar lembro-me claramente de BabaSu, Anallú, Andrea, Adele, Monica, Alcina, Dani Aisha, Ana Iaci, Dani Schunbel, Lacy, Nane, Marisilda, Marilda e Maria com capuzes negros e pareciam vestir algo lilás por baixo. Elas chegavam e faziam um SSShhhhh quando eu tentava lhes chamar e iam para alguma sala. Então, eu saía do teatro e encontrava Inês que dizia que eu já podia tirar a roupa e seguir com ela... Renata, então, seguia com as outras meninas do Girassoll (Karine e Mayara) e Lua Nova para algum outro lugar. Eu e mais algumas que não sei dizer quem, junto a Inês, nos pintávamos de argila e urucum (feito os índios quando vão a guerra ou voltam dela - uma forma de jorrar o sangue ou honrá-lo por meio da arte!) e fazíamos uma série de oferendas a Iemanjá e outros seres, oferendas feitas em escadarias... Quando eu voltava ao teatro, BabaSu estava com flores na mào e disse que havia sido feito um sorteio sobre a próxima da teia a passar por determinado ritual. Então, Andrea me parou e disse: ahm, vc já sabia que seria escolhida? Entre na lancha. (isso, mesmo, de repente um mar se abriu e nada de barquinha... as sacerdotizas da Deusa vào de lancha! rsrsrs) Quando entrei lá, nua e pintada, lembro-me da Re ainda dizer: Mas essa Clá é infalível, já até dançou nua lá fora, aposto que já sabia que seria escolhida!
Quando eu entrava na Lancha,  Andrea pedia que  Re e Mayara viessem comigo e carregassem os instrumentos e flores. Na própria lancha, as mulheres já iam cantando e eu tinha de apenas confiar e continuar a me banhar de argila que era bem vermelha e terrosa. As ondas vinham altas e navios enormes faziam as ondas quase nos banhar. Eu perguntava a Andrea se ela não tinha medo e ela dizia, sorrindo: a melhor parte vem agora! E como se ela voasse se segurando na lancha, ela puxava algum cordão que fazia a lancha correr e correr mar adentro. Lembro-me de ouvir as risadas da Re e de ver a May bastante silenciosa, como se estivesse em oração. Eu também orava, ou melhor, a sensação era de medo, mas quando a lancha correu, confesso que fiquei aliviada pois estava em boa companhia, em divertida companhia. Ao chegar em determinado lugar que parecia muito com um Convento de algum recinto desta minha memória (vai ver até de outras vidas, pois a sensação é de que estávamos num país de língua espanhola, algum país vizinho nosso), aí veio uma sensação linda de estar sendo premiada..!!! Somente as irmãs com mais tempo de jornada e aquelas que já haviam sido escolhidas entravam nesta Igreja/Templo. Antes de eu entrar talvez Karine tenha dito algo que me acalmou ou feito BodyTalk, tocado em alguma parte do meu corpo que ainda estava nu e amarelo-vermelho da terra. Dentro desta Igreja, fotos numa prateleira muito florida de várias meninas de várias nacionalidades, não eram rostos conhecidos e só me lembro de uma bem morena, vestindo um casaquinho de linho azul... A minha foto estaria ali dentro em pouco.
Andrea me fazia abaixar a nuca e perguntava: De Onde Você veio? E eu sentia um respirar na minha nuca. Via Anallú passar com a máscara de animal que usou no ritual da Senhora da Natureza e eu perguntava a ela: Anallú, o que Andrea quis dizer com isso? e ela respondia: De Onde Você veio, ué! E esboçava outro sorriso. Parecia algo meio tigresa ou leoa, a máscara e ela carregava enquanto isso, uma bacia com água muito perfumada. Eu nào entendia nada, mas elas sim. Então, despertei, sem saber ao certo o que houve, sentindo apenas que estava já participando de um ritual muito antigo e senti, realmente, como se estas mulheres estivessem trabalhando... e também trabalhando em mim. Muita cura. Uma conexão jamais sentida de maneira tão densa e calorosa... Me senti realmente importante e parte desta Teia, realmente cuidada e olhada, realmente perto de mulheres muito poderosas, realmente sonhando realidade.... sem controle da mente, mas um lindo presente da minha gente, clã que acompanha... Minhas irmãs de Mar, de Sol, de Lua e de Lugares de nem nunca vi...!


quinta-feira, 17 de junho de 2010

Estas mulheres

Poemas de amor tão escassos
Eles não sabem mais sentir?
Cadê o prumo dos homens de aço?
Se acabaram sem se despedir

Tenho visto porque a mim se me chegam, Elas
Morenas, brancas, negras, brilhantes
Olhos de gata, corpo de girafa, moçoilas, cérebro de mulher
Isso, metade lá e cá
A que trabalha, tolera e rearruma a vida de si e dos outros
A que tem filhos, porque um não basta, contam na lista os sobrinhos, amigos, irmãos e amados



Ai, amor, ai, amor amado
Sai de mim abençoando
Entra em ti abençoado
Se nada ou nenhum esforço valer
Terei ao menos uma alma oca ajudado
Tantos pedidos, e nos pedem as mãos

o Que fazem quando damos também pernas, pés, pescoço e braços?

Mornas... que nada! Quentes ou frias... mas a escolha pode nascer do erro. Quem ama escondido, no proibido, não serão esses os verdadeiros amores? Aqueles dos quais a sociedade não fala porque não o Vive? podem ser... cá estão, comigo, por meio destas mulheres...

pintadas, com toda certeza, nos quadros de Goya, ou Velazques!

Anunciadas entre a tristeza e o fogo da inteireza,
Eu as admiro. Também as sou.


segunda-feira, 7 de junho de 2010

Pão de Ló

Relógio despertou
Mais um dia começou
Marcha três
Regula aqui
3..2..1
Ação
Maçã, vela, ritual
Vestido na mala
Nenhum sinal
Come chocolate, come, come, salada
Alada
Voa de cá prali
Voa de ali prum cá
Destrunca caminho
Chora mansinho
Outro dia vem raiar
A dor aberta precisa sarar
Mais zumzumzum
Abelhas ao redor
Mel não me falta
Para um abraço ou calor
Tô seguindo a linha torta do trem
Tô vendo aonde vai dar esse além
Que o horizonte insiste em demorar
Na hora do café...logo cedo...
Hum.. sabe... o café cheiroso no quintal?
Nessa hora
Inda vai faltar
O pão de Ló que vem do astral!

Então, pauso para uma escrita maluca, mas não oca
Cheia de farinha e saudade
Do pão de Ló da minha cidade!




ps:uma cidade que se chama... Farfallitas!