Sem mim não há Borboleta, sou a Lagarta.

UM ESPAÇO PARA DEIXAR-SE IR, SEM VOLTAR. A TUA BAGAGEM É O TEU CORAÇÃO.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Cartas que Voltaram 2

Oi,

Sim, este é um adeus.

Com gratidão até mesmo pela maldade escondida na espreita,

Hoje, reconheço que corri atrás de ti como a melhor amiga eloquente porém desvaiarada,

Mas era a mim que buscava.

E só foi possível me acertar depois de errar contigo. Será possível estar em dois lugares ao mesmo tempo? Dentro e fora? A Amiga era o espelho.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

receita da vovó 1

“Quando eu sentia dor na infância, minha avó costumava dizer que ‘eram os meus ossos crescendo’; pois, crescer dói. E é assim com a alma.”

Caio fabio

Aquele negócio

Eu...quero. Quero! Não quero? Sim, claro, claro que siiiim! Mais que tudo. Que tudo? Quê tudo? Não, não... tudo e mais. Tudo e mais isso. Isso! Ahh, imaginou? Complicou, agora, né. É muita coisa. Não vai dar. Não, não mesmo. Que pessimismo barato? Ou seria realismo puro? Hum, dentro de mim há duas tão distintas que se conversam até quando se calam. Não sei andar porque cada uma puxa as suas rédeas e me vejo aberta, expandida, exterrrrnamenteee conduzida a nada. Nada, lugar nenhum. Fico parada. De tanto querer. Eu paro, sinto o movimento da terra que comigo anda. Sim, ela pulsa, mesmo parada. Essa sou eu. Mas o que era mesmo que eu falava? Sim, aquele negócio. Aquele tantim de poesia diária, estou seca, dai-me. Ahhhh, matou. Mais ou menos. Um tantim é pouco, mas se virar de uma vez me afogo. D e u s !!! Condenada estou, então, a ser uma eterna sedenta a parir motivações advindas do âmago vazio de mim que insiste em sobreviver de alimento umbilical interespaçoso, (pergunta. pergunta?) Meu corpo é meu limite mais denso, porque se pudesse explodiria juntando ar e vento num abrangente correr pelo mundo, mundos, sonhos, até mergulhar a boca d'alma no chão de terra profundo. Aquele negócio... como é o nome? Milho, Milho pipocante dentro dos meus órgãos aquecidos pelo rei solar, queimando por dentro em bolinhas brancas saltitantes estacionando seu fim em minha saliva gosto de mar... Eu que escrevo tolices espertas, banhada de estrelas e noites descobertas, eu que rimo sem rumo, crua me visto de letras berrantes, que me ocultam serestas gafanhotescas numa caverna onde a libélula acendeu sua chama... Não pararei até que me freiem os ossos, dedos mãos, aquele negócio que tirintitila e pirililampa nos oásis sem vestígios... eu ainda durmo.