Sem mim não há Borboleta, sou a Lagarta.

UM ESPAÇO PARA DEIXAR-SE IR, SEM VOLTAR. A TUA BAGAGEM É O TEU CORAÇÃO.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Cartas Faladas 1

Oi querida Amiga,

Sei que tu sabes que escrevo para ti
Pensei, e entrastes por aquela porta
Mas a distância entre nossas cadeiras de trabalho são enormes quando paredes ousam escutar
Sem tempo para comer com pausas, ou beijos açucarados, te confesso: às vezes, nessa correria, é preciso chorar entre os carros!
Ao som da música que nos persegue na rádio Nova BrasilFM (ou seria Velha Brasil? rsrs não importa, adoro!)
Entre o Sol descongelante da manhã que nos arranca do travesseiro que conosco cochichou até a Lua sumir...
Vamos conduzindo nossos automóveis entre lados opostos da cidade
Com missões distintas e histórias de amor mais distintas ainda,
Mas não se pode medir tais assuntos, certo?
Em cada brilho nos teus olhos ou anseio de tuas palavras compartilho minha própria alma
E por isso me tocas sempre, seja com teu sorriso ou lágrimas que te pegam desprevenida
Mulheres bonitas são sempre inseguras? A maioria, mas tu eres exceção.
E o saber nem sempre nos liberta, posto que a ignorância muitas vezes nos cega dos perigos
Sabemos que quem enxerga demais paga um preço...

Mas ei-lo a buscar, mesmo assim, esse saber
Para atravessar pontes ciente de minhas próprias pernas
Como tu que ousas dançar o passo desritmado de ti mesma...

Querida amiga,
Meu intuito era acalentar-te
Mas eres sábia demais para que me permitas somente um afago e não tudo o que também sinto!
Sinto, compartilho, te entendo,
Estranhamente!
Tendo vivido e atravessado outros vales e noites escuras, mas te entendo,
Por isso é belo ver-te pular até o outro lado e te encontrar para um chá, ainda que azedo (eu já teria atravessado, ou melhor me arrastado até o outro lado e agora, me soltando das cordas daquela ponte)
Riremos das metades compartilhadas com a certeza de estarmos ainda cientes de que apesar da certeza de morrer ser a mais exata
O que se encontra do outro lado é mistério
E por isso hesitamos
Só que essa senhora que dorme em nossos velados sótãos junto ao antigo anterior a qualquer passado
Quer sentar-se a sala de estar conosco, e adoçar nossos xícaras,...
(a porta range)
Abrimo-la?