Sem mim não há Borboleta, sou a Lagarta.

UM ESPAÇO PARA DEIXAR-SE IR, SEM VOLTAR. A TUA BAGAGEM É O TEU CORAÇÃO.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Cartas que Voltaram 1

Oi, meu amor... pra você escreverei palavras que serão lidas no silêncio. Pra você escreverei a poesia que poucos ousam enxergar nas rosas... O discreto que está no toque de Deus às coisas, o aroma das nuvens, mesmo quando é noitinha, a choverem... Estas palavras chegarão a ti, como num sopro clamado por minhas amigas borboletas... Como no leve bater dos ventos em teu rosto, cansado ou marcado por algumas tristezas, ou mesmo pela minha ausência.

Escrevo porque só me resta esta função. Escrevo porque subiria aos céus se possível para interromper cruéis destinos ou recriar outros ou simplesmente harmonizar este mundo-cão! Escrevo porque a escrita é meu escudo, nela me recomponho e me refaço. Escrevo, mesmo sem rumo, diante de todo o meu cansaço...

Por que a simplicidade não responde aos assuntos que nossa face não esconde?
Por que deveras mentir quando soubestes correr apaixonadamente em busca? Por que na rosa de amor na cor, aprecias os espinhos sem perceber no caule de seu caminho as pétalas macias ainda por se abrirem?
Eu, que disposta a abrir mão de meu “tudo” para findar-me com a escuridão de um novo começo ao lado teu... Tu que afastastes quase que surdo-mudo pelos lábios e olhos meus, a chance de ver crescer este rubro botão. Ah, triste niño... abandonastes, sinceramente, o meu coração? Ou o que pedes, incessante, aos olhares divinos de teu próprio espelho este retido e ansioso perdão? Escalas montes de pedras ou te recais junto a elas numa caverna sem saída? Escolhes tu justificares a partida? Mas, como? Se mal iniciastes a guerra em minha cia? Sim. Perdes mais. Perdes a chance de colher estrelas ao meu lado que navego em caudas de sereais. Perdes o relógio da reviravolta esperada por tua paz inocente. Perdes a vontade de transferir o vazio em que se encontra para o negrume vasto dos meus olhos...!

Ó, amor,... serão mesmo as mulheres mais sábias? Bruxas que somos... bem possível... Já pressentimos o chamado do tempo, desde longas datas em nossas visões. A história que bordei com teu nome, ainda invisível na areia, alma andante, terá ela se desfeito nas ondas sem se despedir? ou terá sido rasa realidade iniciada?

Sr.Saturno... benze-me com tuas mãos protetoras e não me concedas tempo de longa espera, para tua filha que é feita de Vôos e temperos...Dona de um destino que bem tu o quiserdes prover, peço-te, rei-relógio, entrega-me ao Vento, que eu Irei!!!