Sem mim não há Borboleta, sou a Lagarta.

UM ESPAÇO PARA DEIXAR-SE IR, SEM VOLTAR. A TUA BAGAGEM É O TEU CORAÇÃO.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008


Da cor dos olhos, cor de romã
Do jeito que anda, buscando seu clã
Das vozes que escuta, sábia voz; anciã
Dos beijos que desprende, calorosos fios de lã
Das noites que desperta, barulhenta rã
Das lágrimas que chora, ainda mais sensível, artesã
Eis a mãe que me encontra, sedenta por parir, dar passagem, recomeçar, permitir, gerar
Porque é sabido existir entre o céu e a terra muito além do que se pode enxergar!



ps: Uma verdadeira atitude libertadora é apegar-se ao presente e nada mais. Para que o renascimento aconteça, é preciso sentir a morte até o fim.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

HAVIA EM MIM O DESEJO DE FICAR... MAS DEVIA PARTIR. O QUE VAI COMIGO É O QUE IMPORTA.


Hoje...

Me deparei com algo que só é possível depois de Bill Gates e a Microsoft: arquivos velhos. Ao invés de cds em lps, roupas antigas de avós, caixas com roupas e sapatos, abri os arquivos.. velhos, mas intocáveis, tela ainda branca, quase recente, de cores vivas e fortes, porém tão ou mais antigas que nem sei como um dia fizeram parte de mim.

Havia uma conversa, aliás, duas. Duas conversas. Dois amores por quem sofri. E olha que foi muito tempo de dor e paixão! Dois, ao mesmo tempo, na mesma época. Nenhum meu de verdade. E eu me doando inteira pra algum deles, ou seria metade para cada um?... Homens, imaturos, sensíveis porém imaturos, como disse. Eu, imatura também, visceral, desprevenida, menina, MUITO MENINA. Essa que chorava sempre diante da lua, em algum lugar...


Achei fotos de outras pessoas a quem já amei mais que minha própria terra. Amei com tanta dedicação, tanta exclusividade tais amigas que chego a pensar ter passado metade daquele ano com os pensamentos, sorrisos ou lágrimas em torno delas, dos seus porquês, dos seus pra quês, das suas presenças. Ambas me magoaram muito. Uma delas é hoje fantasma. A outra adquiriu antipatia de familiares meus a tal ponto ser o maior dos pecados, hoje, reencontrá-la. E como sinto saudade. Me pergunto o que delas faz ou fará sempre parte de mim?


Havia também fotos e imagens de peças, danças, vida, muita vida! Percebo que em meio palavras, romantismo exacerbado, caminhos extraviados, alguma espécie de Deusa das Artes e da Fortuna que não me deixava apagar... sempre com o sorriso brilhando, sempre luzente, sempre buscando, buscando, nem sempre encontrando e buscava novamente.


Meu plano era o seguinte:

Abusar da sorte

Aproveitar a juventude

Destruir inseguranças

Romper medos e mundos

Viajar, me entregar, correr, sentir o vazio e o ar preencher


Eu jamais esparava parir a esta altura

Ser mae aos 23

Afogar em meu útero a menina e parir em mim mesma a mulher

Não imaginava me sentir velha

Cansada e velha

Me sentir tão responsável por algo que não fiz sozinha e de repente tão sozinha conduzir

E a Culpa veio para piorar

como dizia poeticamente minha professora mestra querida Malu: Culpa é uma merrrrda!

Culpa de não ser e ser tudo o que quero

Culpa de gerar um ser masculino, novo, sem rosto, ainda para mim

Culpa de querer tudo o que não mais poderia

Culpa de no sexo me sentir virgem

E como virgem, nunca ter entendido Maria


Hoje...

Depois de me deparar com lembranças... chego a um momento quase clímax dessa peça

Em que eu mesma me interpreto

Ora, desejo a liberdade mas sem a maturidade nunca os ventos a me dariam

Desejo o amor, mas sem entender meu poder fértil e arrebatador, jamais o teria completo além de meu próprio umbigo

Desejo os verões em outros mundos, mas na mala me faltava a coragem, missão de alma que hoje tenho!

Desejava a vida, mas tinha vergonha de tocar nela com tudo que posso! Buscava em vão algo fora e não dentro de mim.

E um filho, um companheiro de velho espírito guerreiro é hoje a explicação pra tudo que sonhei.

Pois em um só corpo estarão concentradas minhas energias, meu amor, meus novos ensinamentos ou melhor, as pedras do caminho que farão essa nova eu encontrar de fato o único e possível lugar. Exatamente aonde eu deveria estar. Sendo, estando, sentindo. Integrando meu passado, meu presente e meu futuro. E depois desta travessia, ainda sim ser mistério. E depois da infância, maternidade e ousadia, ainda sim chegar. Porque antes da chegada é preciso partir. Antes da realização do sonho é preciso o caminho. E isso me torna tão mágica quanto estrelas de luz. A possibilidade de renascer, com parto normal.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

FéMenino


Corre em mim um rio tortuoso onde inquietações explodem e poesias navegam. Um estupro. A mulher é vítima da própria feminilidade quando a fé se perde no menino. O homem que pensa, acalma, soluciona, facilita, resolve, não é esse o homem que todas queremos ser? Acontece que somos mulheres.
Quando você era pequena, te mandavam cruzar as pernas? Te deram bonecas que choravam, babavam e até diziam mamãeee!, ? Te perguntaram quantos namoradinhos na escola? E se nenhum, te perguntaram ou melhor te informaram que você só teria valor quando casasse, e que mulher sozinha é sinônimo de titia infeliz? Te deram um absorvente para evitar o uso dos tira-virgindades? Te espiaram no banheiro, alguns deles, ou no quarto, pela fechadura, quando você ainda nem sabia o que fazer com o preenchimento dos seios? Te deram bíblias e virgens marias e culparam eva pelo erro de adão? Te disseram que seu irmão tinha vez porque era homem? Te disseram que quem devia ajudar na cozinha era você? Te falaram sobre como se comportar diante dos mais velhos? Diante dos pretendentes? Diante das beatas? Diante do padre, do papa, de Deus? Te ensinaram músicas em que o boi corre atrás da menina com medo de careta? Te disseram que negros eram escravos? E isso foi normal? E você acreditou? Te disseram que índios são selvagens e vivem desatualizados? Te mostraram paquitas loiras e te compraram barbies? Te disseram que o Brasil estava perdido?

Sim, eu também ouvi isso. E não os culpo. Ainda sim, tentaram da melhor forma não nos vender.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

...e já!


Agora bem entendo aquela expressão :


mal saiu do armário ... !


Pois é, tem gente que quer se mostrar pro mundo

E depois que nasce se esconde dele

Por que?

Entendem agora que uma vida é muito pouca e quero ser vista

e não me basta ser só Clarissa nessa vida

ainda que sê-la me demande uma ousada viagem


Agora sim, assumo com todas as palavras. Estou grávida. Grávida de Luiz Carlos Prestes. (quem sabe não fui eu quem pronunciou isto?)

Não... esta alma deve estar para renascer e numa vida mais tranquila talvez.

Eu, seja karma ou dharma escolhi isso, uma vida emocionante por demais.


Dica de um pai:

Seja fiel a ti mesma!


Dica de uma mãe:

Felicidade não se pode fingir. Alguns tentam.


Dica de um Ghandi:

Não existe caminho para a felicidade. A felicidade é o caminho.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

domingo, 6 de abril de 2008

queimadura !


Os bichinhos tentam dar sinais.

Falei tanto em lagartas que uma delas se manisfetou para mim.

Ontem, tentando me apresentar para uma árvore e pedindo sua permissão para que eu fosse fotografada ao lado dela,

coloquei minha mão sobre uma lagarta de fogo que andava calmamente pelo tronco.

Reclamei tanto da dor que indaguei: poxa, lagarta, porque me soltaste um ferrão se sabes o quanto gosto de ti?

Bobagem perto do que veio depois. Hoje começaram os enjôos. Vomitei cor de uva, após a tentativa de um café da manhã. O bolo de chocolate continua na geladeira, pela metade. Um mês atrás não estaria nem mais lá pra contar história.

Ok, ok. É só no início, disseram. Mas a queimadura valeu a foto. Aí está.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Eu Te Amo

Para me acalmar
escuto vozes de amor
Um linda, outros tantos eu te amo, estou aqui e muita luz
me caem bien por ahora
então não me poupem dessas merendices, ok?

Pedir carinho é quase que provocar no outro a sensação do quanto ele significa para você. E mais: pode ser curador. No meu caso, tem sido minha gasolina, meu abastecimento, meu motor central onde giram os sonhos impermeáveis.

Beijos açucarados

segunda-feira, 31 de março de 2008

O menino


Ele foi se afastando e dobrou a esquina, o menino

De costas, um desconhecido

Poucos minutos antes me beijara no carro

Veio com flores, não essas usuais

Um orquídea, amarela, assim, diria que também a achei minha cara

porquê eu não sei

Sei que o menino...

que sonhava um dia em dominar o mundo

agora, penso, sente-se dominado

mas ele sabe que ``longe do meu domínio

cê vai de mal a pior

vem que eu te ensino como ser bem melhor...``

dobrou a esquina

e o terno nao deixou rastros

é um ser livre

que livremente caminha ao lado meu

do futuro, só o que sabemos

é que no menino veremos o HOMEM

esse ainda tímido e já notável

HOMEM.

domingo, 30 de março de 2008



"O que a lagarta chama de fim de mundo, o mestre chama de borboleta,"

. . .

Eu
Cor da terra
Perambulo e escorrego em suas raízes
Lentamente faço meu caminho
Feia
Magra
Poderiam me insultar
Mas esquecem que sou o interior de mim mesma
Se me insultam e me maldizem
Não estão abertos para o aprendizado
Vivo muito tempo
Mais que outras espécies de tamanho não tão notável como a minha
Porém há um momento
Que me sufoco, suicido e me resguardo.
Por eras tento sair do casulo
Alguns dizem que levam apenas dias
Mas para mim, uma eternidade, chego a pensar,
Que se fosse fácil eu não seria eu.
E então me sucumbo de minha missão
Medo?
Sim, mas quem não tem medo de criar asas?
Mas eis que é o ultimo estágio de minha vida
Dura tão pouco...
Mas para mim, é como viver séculos nestas 24 horas.
Conheço o que de baixo nunca havia podido apreciar
Muitos se admiram comigo
Mas a fama não me sobe a cabeça
Sei de onde vim
Perto das minhas origens há sujeira.
Muito lembram só das minhas cores
E assim prefiro ser lembrada,
Porque a beleza está na transformação
Sou dos insetos, a mais ousada.
Feita de delírio lírico
Ora extravagante ora elegante
Como a paixão
Meus passos são inesquecíveis
Dizem que pressagio coisas do tempo
E estão certos
Torno-me mágica porque sou indecente
Roubo a cena porque sou despretensiosa
Causo sorrisos porque já chorei e muito
Sou a lagartaSem mim, não há borboleta.

sexta-feira, 28 de março de 2008

A BOMBA


Bom...Um belo dia ela vem embrulhada. a Bomba. Bem menor para umas, explosiva e contagiosa para outras. Bastante atordoada ela pega o embrulho. Barulho. BOOOM. Batuques, buzinas e berros. Bem-humorada a bomba informa números, cálculos, dias. Brota no interior de uma alguém e balança a sua cadeia rotineira. Bolhas de sonhos estouram enquanto garrafas de champagne estão no cardápio dos deuses. Boa causadora, a bomba sempre nos pega de surpresa e nos deixa sem saída. Brutalmente, ela mata o passado mas bombardeia o mundo com nova vida. Bobagem é tudo o que não faz parte DELA, agora.