Sem mim não há Borboleta, sou a Lagarta.

UM ESPAÇO PARA DEIXAR-SE IR, SEM VOLTAR. A TUA BAGAGEM É O TEU CORAÇÃO.

domingo, 30 de março de 2008

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Eu
Cor da terra
Perambulo e escorrego em suas raízes
Lentamente faço meu caminho
Feia
Magra
Poderiam me insultar
Mas esquecem que sou o interior de mim mesma
Se me insultam e me maldizem
Não estão abertos para o aprendizado
Vivo muito tempo
Mais que outras espécies de tamanho não tão notável como a minha
Porém há um momento
Que me sufoco, suicido e me resguardo.
Por eras tento sair do casulo
Alguns dizem que levam apenas dias
Mas para mim, uma eternidade, chego a pensar,
Que se fosse fácil eu não seria eu.
E então me sucumbo de minha missão
Medo?
Sim, mas quem não tem medo de criar asas?
Mas eis que é o ultimo estágio de minha vida
Dura tão pouco...
Mas para mim, é como viver séculos nestas 24 horas.
Conheço o que de baixo nunca havia podido apreciar
Muitos se admiram comigo
Mas a fama não me sobe a cabeça
Sei de onde vim
Perto das minhas origens há sujeira.
Muito lembram só das minhas cores
E assim prefiro ser lembrada,
Porque a beleza está na transformação
Sou dos insetos, a mais ousada.
Feita de delírio lírico
Ora extravagante ora elegante
Como a paixão
Meus passos são inesquecíveis
Dizem que pressagio coisas do tempo
E estão certos
Torno-me mágica porque sou indecente
Roubo a cena porque sou despretensiosa
Causo sorrisos porque já chorei e muito
Sou a lagartaSem mim, não há borboleta.